terça-feira, 31 de dezembro de 2013

When Man Enters Woman

When man,
enters woman,
like the surf biting the shore,
again and again,
and the woman opens her mouth with pleasure
and her teeth gleam
like the alphabet,
Logos appears milking a star,
and the man
inside of woman
ties a knot
so that they will
never again be separate
and the woman
climbs into a flower
and swallows its stem
and Logos appears
and unleashes their rivers.

This man,
this woman
with their double hunger,
have tried to reach through
the curtain of God
and briefly they have,
though God
in His perversity
unties the knot. 
Anne Sexton

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Fim de Ano à Porta.

Vou usar visão selectiva quando aceder à internet.
Agora começa outra enchente de baboseiras e raivinhas.

Eu só espero não me engasgar com as passas.
Sim, que sou das parolas que come passas e realmente pede desejos ao comê-las... Um deles é que não lhes sinta o sabor, o outro é não me engasgar com elas.
Deixo ainda um, pelo sim pelo não, dedicado a que haja alguém presente que saiba a técnica de Heimlich para o caso do segundo desejo não se concretizar.
Isto porque se tentar ensinar a técnica antes das badaladas sou bem capaz de ser colocada num lugar "especial". e por amor de deusinho, encontrem-me o umbigo rápido, para fazer a pontaria decentemente!! Juro que levo roupa que não atrapalhe.
Sobram-me assim poucos desejos e tenho sempre a sensação que me estou a repetir.
Nem sei o porquê do trabalho... acho que é só porque nos fazem sempre rir, estes momentos... e porque é uma boa desculpa para depois emborcar qualquer coisa para empurrar o raio das passas que ficaram entaladas.

Acaba assim mais um ano, começa outro, nem vou dar conta, que vou estar a comer, a beber e a dançar, como sempre, havendo oportunidade, já que a vida é isto. Pelo menos nos intervalos.


Há uma página no Facebook que costumo acompanhar, dedicada ao maravilhoso sentimento que é o Ódio.
Chama-se Odiário.
Maravilhoso porque cheira-me que poucos o conhecem na verdade, mas usam tal palavra com tanta frequência como mudam de peúgas. Talvez mais...

E porque estou eu a destacar semelhante página deste antro social? Porque tenho tanta matéria para lá colocar... assim, de ânimo leve mas com menos frequência do que a muda de peúgas, vá!
Mas o problema é que não sou sucinta.
É sempre um escrevinhar imenso para explicar tão pouco...

E deparei-me com esta dificuldade ao lembrar-me de um belo tema para o Odiário.
É que eu odeio estas pessoas que "berram" por tudo o que é rede social o quanto odeiam o Natal.

O Ódio é ter que levar com postagens atrás de postagens a dizer que odeiam o Natal, seguidas de umas fotos com os filhos, o cão, o piriquito, mais as filhoses, o copo de whisky e o carago, com pausa para mais uma postagem a dizer que o Natal é uma merda, uns vídeos musicais com teor agressivo sobre o Natal, mais umas fotos a oferecer o arroz doce e a fatia dourada que se fez a mais para quem queira ir petiscar, assim, de portinha aberta, qual espírito natalicio... ai, não, espera!! Foda-se! Que odeiam o Natal, deixa cá postar agora uma foto ordinária com uns asneirões valentes e o Pai Natal é um gordo filho da p*#$*# ...

Ok. Vêem a minha dificuldade...  Eu não consigo resumir este meu ódio a uma pequena frase.
Eu mal consigo respirar a escrever!
E no meio desta salganhada toda, juro, ainda os vejo desejar Boas Festas e coisinhas felizes e pipipipi... lalalalala...

O Ódio é ter que sirigaitar de um lado para o outro porque alguém faz disto uma data importante ou deixar de sirigaitar exactamente pelo mesmo motivo. Eu nem precisei, felizmente, de me mexer mais que o habitual..

O Ódio é levar com o espírito de porco desta gente que anda mal humorada, no fim de lançar sorrisos colgate fora de prazo, a desejar feliz natal, a si e aos seus, e beijinhos de biquinho, mais as gastações que se choram e a prenda que não era bem e o outro que não quer ir que não tem prenda para dar, mais as irritações do corre-corre e o irem para as compras à ultima da hora e queixarem-se dos que foram às compras à última da hora, a "famelga" aos molhos a sujar e poucos a limpar, mais os atrasos, como se alguém fosse apanhar o comboio antes do lanche e o filho da mãe do cão que não se cala...

Sugam qualquer disposição morna, assim-assim, que "não esquenta nem arrefenta"
Calai-vos todos, caramba!

Eu não odeio o Natal. É-me indiferente. E também lhe devo ser indiferente.
Essa minha noite começou comigo de esfregona em punho.
O que eu odiei nisso? Não foi o Natal, na certa...
Foi eu molhar as peúgas, ter que arredar moveis, ver a gata a fazer derrapagens e a espalhar patinhas por toda a casa, morar numa casa minúscula, velha e que não segura as águas.

De resto, colei-me ao jantar da mamã, como me é comum em muitas noites, comi, regressei ao quente e tive a habitual insónia, que se podia manifestar apenas no Natal, mas que trata esta noite como eu - como qualquer outra noite.

O Ódio é levar com tanto queixume de pessoas que não sabem estar umas com as outras em altura nenhuma do ano e usam o Natal como desculpa.

O Ódio são as pessoas.

Plim!



(A Felicidade foi receber uma garrafa de licor Beirão. Shiu!)



(O Ódio é eu não saber escrever resumidamente e cheia de pinta!)

Está quase aí qualquer coisa

Diz que o Natal é vítima de ódio.
E que o fim de ano... coiso.

Pois, não sei. Eu cá acho chato é enganar.me depois a escrever a data.
De resto... enquanto não acabar o chocolate e a musica, estou exactamente na mesma.
E vinho. E uns licores, vá...

Tomai musica - em doses excessivas, diz que faz bem à alma. E cura temporais de miolo.
A mim, põe-me o corpo em temporal. mas do bom.

domingo, 29 de dezembro de 2013

Pim Pam Pum Ouch!

A
falta
de
interesse
por
Ninguém
que
parte
de
alguém
por
quem
Ninguém
se
interessa
é
assim
uma
coisa
aguda
como
ponta
de
faca
que
dança
entre
os
dedos
de
quem
sofre
de
membrana
interdigital

é
isto.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

do parar em sossego...

... e mais uma tuta e meia que não se diz.



batucam cá sempre as mesmas,
mas há as que são sempre mais que todas as outras.

E disse eu para R.

é uma montanha-russa, sem pagar bilhete, mas com o estômago na boca. é isto, o que é.

Muda de Vida, cantava o outro

Que a vida não é isto - não pode ser;
sei-o eu
e sinto um peso,
uma quase necessidade de pedir perdão
a quem é a vida em mim,
por ser ingrata.
Mas isto não é, não pode ser, a vida.
Não o é para mim, na certa, que batalho
em guerra muda,
em estado aparente de dormência ou euforia,
que sou a desenrascada, que se safa,
a criativa de viver por um fio.
Mas o equilíbrio e o desequilíbrio andam há muito de mãos dadas
e quase jurava que já trocaram anéis
O fio é fino, está gasto,
a idade enfraquece o lançar de cabeça
e começo a dar conta da dureza do chão.
Que a vida não é isto, nem pode ser! - sei-o eu.
E recuso-a.
Numa batalha cada vez maior
contra mim, contra a explosão que se adia
não sei por quanto mais tempo.

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Espírito Natalício VI

O Ódio é descobrir que tenho uma piscina interior em casa. DAMN!!!
Um sonho, esta época. vou ali tilintar uns copos.


E isto foi roubadissimo DAQUI

Try walking in my shoes...

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Do não me reconhecer...

De repente dou comigo supersticiosa.
Como se guardar algo para mim; como segredo que se deve manter pela eternidade; me permitisse abrir os olhos e encontrar tudo intacto. Tudo ali, sem mácula, sem estrago, sem fuga...
Como se partilhar algo - deixar fugir o segredo entre euforias, copos e necessidade de explodir - me fizesse, num catrapiscar de olho, perder tudo... acenar já longe, como perda esperada numa despedida começada antes da chegada.
Diz-se que morri por muito tempo e que já não sei cá andar.
E nunca tive jeito para pairar...

sábado, 21 de dezembro de 2013

Famílias disfuncionais, para que vos quero.

No funeral da minha avó paterna um tio com tendência para a imbecilidade achou que era um bom momento para me perguntar de filhos. - acho que já aqui o referi.
Quando chegava a minha vez!
Não me viu ali com ninguém - na verdade ele mal me vê a mim, como aliás todas aquelas gentes -  mas achou que à parte de desconhecer a minha vida pessoal, profissional e sentimental, era mais que hora de eu ter bebés e quis sublinhá-lo na sua natural estupidez e cretinice.
Porque sim!
Porque era ali um desfilar de crianças entre choros e terra para cima do caixão e eu reparar nas unhas da minha falecida avó e eu cá não tinha nenhum ser ranhoso e de fraldas ao colo a combinar com o cenário.
Além do mais, estou mais que na idade! Seja lá o que for que isso quer dizer.

E achou que ali era o momento de repetir a pergunta e insistir na coisa por largo tempo. Sorte que andava em maré de manter a educação e, bom, perder a minha avó bem como abrir o baú das recordações de infância manteve-me focada em coisas que realmente importam...

E porquê isto agora?
Bom, é que é chegada esta altura supostamente festiva, que por sinal abomino cada vez mais e, por causa dessa morte, que devia ser o único elo de ligação, já não me juntarei àquelas gentes e às suas habituais perguntas...
"Então, e filhos?"
"E já arranjaste marido?"
"Como vai isso de namorados?!"

Felizmente, quando isto me voltar a acontecer, já tenho a solução. Não estou sozinha no mundo e há quem se tenha já preocupado em ter resposta na ponta da língua.
Eu uso esta:


Mas se também sofrerem de pressões, perguntas e convívios estranhos, procurem a vossa solução

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

No fundo...

... sou uma miúda romântica.


A Place in the Sun, 1951, directed by George Stevens


O problema é que por vezes consigo soar como um camionista...



quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Sou toda olhos, ouvidos, tacto e assim

Profound attention

“The facial expression of meditation on the human face being induced by electrical currents by Guillaume Benjamin Amand Duchenne de Boulogne”

Ver mais Aqui

Afinal adiei a idade adulta. Mais uma vez.

Talvez o seja lá para os 70 anos, quem sabe...
Que é como quem diz que afinal me entreguei novamente à caneca de leite com com chocolate.
Desta feita acompanha cookies com pepitas de chocolate e bocadinhos de laranja.

São assim um bocado como a minha vida. Tem ali uns nacos doces e de vez em quando a laranja azeda.


Não te atires sem o pato de borracha e comprimidos para os nervos

As chaves
atiradas para o fundo.

desta vez vou garantir
que não tenho braços compridos que baste.

desta vez atiro para um poço que tenha água,
que já dizia a minha bisavó
"a água não tem cabelos para a gente se agarrar".

É certo que ela também pensava que o senhor abaixo gritava na música "chora mas não berra"



e no fundo, até berra um bocado como quem está a chorar...
Mas quem sou eu para falar.
Andei até há pouco mais de um par de anos a julgar que essa minha bisavó se chamava Clara...
Afinal... era só como a chamavam por ser tão branquinha.
Há traumas.

Mas tenho para mim, que se atirar as putas das ditas chaves para um poço cheio de água,
não tenho a ousadia de voltar a pensar que é uma rica ideia ir apanhá-las.
Nunca é; não sei como ainda não aprendi.

Que o que havia a estilhaçar já era...
E eu já não tenho estofo para isto.
Na minha pá não cabem mais vidrinhos para apanhar.
E as costas doem-me, para me debruçar mais que uma vez .

Música tão tola que fui agora buscar.
Com tanta coisa boa para se ouvir.

Eu já sabia que há quem nunca acerte no jackpot.
E é isto.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Espírito Natalício V


Da série...

... eu gostava de saber desenhar mas só me sai disto e em programas de treta.
( e porque é que o blog me alterou o aspecto da imagem?! Hum? hum? Raios)



Espírito Natalício IV

roubado DAQUI
Krampus 

Comin' home...

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Sei que estou a ser atacada pela idade...

... quando decido fazer uma tosta de brie e acompanhar com uma cidra.
Parece que estas coisas são de gente crescida.
Será que já saí, finalmente, da adolescência?!


Ninguém começou a ter "cara" para muita gente que aqui cai.
Não parece, que "as gentes" chegam, cuscam e andam, caladinhos que nem ratos. mas caem.
E a partir daí parece que o blog deixou de ser meu... comecei a controlar a postagem, que dei conta de uma coisa "assustadora". 
A dada altura as pessoas parecem assumir tudo como verdade. Levam a sério; tudo como sendo algum episódio da minha vida. 
Tem sempre algo meu, claro. Mas esse algo meu pode ser simplesmente a descrição de um bolo que vi numa montra e nada mais... todo o resto inventado. 
E sentir que podem fazer avaliações erradas prendeu-me os dedos.
Mas como isto não deixa de ser meu e eu cá escrevo o que quero e quem fizer interpretações pode bem guardá-las para si... vou-me é deixar de merdas e botar para aqui o que me apetecer.
Afinal, deixar que outros decidam por mim, seja o que for ou de que forma for, nunca foi coisa para Ninguém.

E começo por desembrulhar o puzzle que cá deixei da outra vez.
Façamos de conta que isto é um frigorífico, que eu tenho muita falta do que fazer... e que colei assim palavras, ao calhas...



segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Lost & Found



e é isto

E diz Carlos Drummond de Andrade...

Para o sexo a expirar, eu me volto, expirante.
Raiz de minha vida, em ti me enredo e afundo.
Amor, amor, amor — o braseiro radiante
que me dá, pelo orgasmo, a explicação do mundo.

Pobre carne senil, vibrando insatisfeita,
a minha se rebela ante a morte anunciada.
Quero sempre invadir essa vereda estreita
onde o gozo maior me propicia a amada.

Amanhã, nunca mais. Hoje mesmo, quem sabe?
enregela-se o nervo, esvai-se-me o prazer
antes que, deliciosa, a exploração acabe.

Pois que o espasmo coroe o instante do meu termo,
e assim possa eu partir, em plenitude o ser,
de sêmen aljofrando o irreparável ermo.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Espírito Natalício III

...ou...
EU QUERO ISTO PELO NATAL!
(sim, berrei para ouvirem bem)


Gentilmente partilhado no meu perfil facebookiano e podem ver Aqui: 


Espírito Natalício II





Cuscar o resto AQUI

Espírito Natalício I

Roubei pelo facebook, já não sei onde. Lamento muito.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Qualquer coisa assim, no fundo.


Há momentos que ... não vou explicar.
Limito-me a dizer que vi um frigorífico com algo que invejei por já ter tido vontade de ter algo semelhante. E ali fiquei a olhar, como se reconhecesse aquilo... 
Entretanto, na estranheza, enfeito aqui o blog, que anda meio parado, meio tolo.

O que estava escrito originalmente somente a mim pertence. Quem quiser que brinque com as palavras, da forma que bem lhe apetecer. 



terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Hoje alguém está prestes a ganhar algo. Um novo rumo, uma nova vida, uma mudança, um crescer, um tudo...
Hoje, de forma egoísta, sem pudores, sinto que perco algo.
É assim uma criancice, daquelas a que me dou direito, de tempos a tempos. Por me tirarem, todos os dias, um bocadinho mais de alguém. Que se deixou levar por inteiro.

Mas quem tem lugar cativo, aqui fica, como sempre ficou. Com a gargalhada pronta, à espera.
E é isto, a vida.

Chamuça... catano! *

isto. pincéis de lareira. e o bater de asas...

imagens retiradas de www.squareamerica.com


sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013


Custa abrir uma porta que se fechou a sete-chaves.
Custa encontrar as chaves que se atiraram a um poço.
Não é por nada, mas custa um bocadinho descer ao poço para procurar o raio das chaves... tanta trabalheira e para quê?! - pergunto aos meus botões...


Tira-teimas com delay

Disseram-me que andam aí ursos...

... e eu acreditei.
É um atrás de cada árvore.
Um fartar, isto.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

E diz Langston Hughes

Hold fast to dreams
For if dreams die
Life is a broken-winged bird
That cannot fly.
Hold fast to dreams
For when dreams go
Life is a barren field
Frozen with snow. 

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

A kiss to build a dream on

Eduardo Recife - Dream