quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
Anoitecia.
Anoitecia e Circulina suspirava enquanto afagava o pêlo de Pit-Bola.
Nunca fora rapariga para grandes lágrimas. Tinha tendência para desidratar e beber pouca água, logo, não lhe parecia seguro nem correcto desperdiçar fluídos desta forma.
No entanto estava prestes a ser capaz de abrir uma piscina dentro da própria casa... Ou pelo menos assim lhe parecia, pela sensação de sufoco, afogamento ou o que quer que fosse, que neste momento a invadira de forma tão abrupta.
Pit-Bola sabia. Sabia, sentia... E ambas se consumiam.
O plano para atacar prateleiras e assaltar supermercados tinha falhado... Pit-Bola já não era ameaça e Circulina perdera a motivação.
Circulina às vezes pedalava acompanhada de Sonharino e muita fúria.
Pedalava até quase cuspir o seu pulmão intacto. E fazia de conta que era o vento que lhe deixava os olhos encarniçados, raivosos, lacrimejantes...
Chegava sempre a casa ansiosa, após 3000 telefonemas que lhe arranjavam ainda mais espaço dentro do porta-moedas e pouco ou nada a descansavam.
Mas guardava sempre o seu melhor sorriso, a sua melhor coçadela de lombo, o seu melhor mimo e voz patética para consolar o seu tortulho, Pit-Bola de seu nome, que lhe agradecia de olhos confiantes e um rosnadinho baixo mas muito seu...
Anoitecia e Circulina suspirava enquanto afagava o pêlo de Pit-Bola.
Nunca fora rapariga para grandes lágrimas. Tinha tendência para desidratar e beber pouca água, logo, não lhe parecia seguro nem correcto desperdiçar fluídos desta forma.
No entanto estava prestes a ser capaz de abrir uma piscina dentro da própria casa... Ou pelo menos assim lhe parecia, pela sensação de sufoco, afogamento ou o que quer que fosse, que neste momento a invadira de forma tão abrupta.
Pit-Bola sabia. Sabia, sentia... E ambas se consumiam.
O plano para atacar prateleiras e assaltar supermercados tinha falhado... Pit-Bola já não era ameaça e Circulina perdera a motivação.
Circulina às vezes pedalava acompanhada de Sonharino e muita fúria.
Pedalava até quase cuspir o seu pulmão intacto. E fazia de conta que era o vento que lhe deixava os olhos encarniçados, raivosos, lacrimejantes...
Chegava sempre a casa ansiosa, após 3000 telefonemas que lhe arranjavam ainda mais espaço dentro do porta-moedas e pouco ou nada a descansavam.
Mas guardava sempre o seu melhor sorriso, a sua melhor coçadela de lombo, o seu melhor mimo e voz patética para consolar o seu tortulho, Pit-Bola de seu nome, que lhe agradecia de olhos confiantes e um rosnadinho baixo mas muito seu...
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
Não choro...
A dor não me pertence.
Vive fora de mim, na natureza,
livre como a electricidade.
Carrega os ceus de sombra,
entra nas plantas,
desfaz as flores...
Corre nas veias do ar,
atrai os abismos,
curva os pinheiros...
E em certos momentos de penumbra
iguala-me à paisagem,
Surge nos meus olhos
presa a um passaro a morrer
no céu indiferente.
Mas não choro. Não vale a pena!
A dor não é humana.
José Gomes Ferreira
A dor não me pertence.
Vive fora de mim, na natureza,
livre como a electricidade.
Carrega os ceus de sombra,
entra nas plantas,
desfaz as flores...
Corre nas veias do ar,
atrai os abismos,
curva os pinheiros...
E em certos momentos de penumbra
iguala-me à paisagem,
Surge nos meus olhos
presa a um passaro a morrer
no céu indiferente.
Mas não choro. Não vale a pena!
A dor não é humana.
José Gomes Ferreira
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
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