sábado, 19 de novembro de 2011

Morango em Metades


Fechava os olhos e ainda assim o via.

Dormia à beira de uma cama somítica deixando vago o espaço que a ele pertencia.
O espaço, frio, lembrava-lhe não a sua ausência, mas o primeiro ímpeto de serenar esse frio na presença. Uma pequena manta deixa braços em suspiros de abraços, de entrelaços…


Não mais o deixou; nem nas distâncias, nem no sono, nem nas fúrias que os arrebatavam … sabiam-se em combustão, mas de algo bom - mesmo no limite - que as exigências e as faltas conheciam os seus donos e os seus danados e negros corações.

Fechava os olhos e ainda assim o via; mesmo no sono e na ausência se pertenciam, sem que ninguém mais existisse.


E se um dia partiram, ninguém sabe…

Juram que sempre os viram juntos - ainda hoje, passados trezentos e setenta e cinco anos (souberam pelos seus avós e estes pelos seus) - com a mesma idade de outrora, braços entrelaçados; um só, como eles diziam; sem darem conta do mundo.

1 comentário:

Post-It disse...

love is in the air

everywhere I look around ...

:))