domingo, 22 de janeiro de 2012

Era ela e um cão.
Passou o Verão, chegou o Outono e sentiu frio. Não havia aquecedor que a aquecesse, cobertor que a aconchegasse.


Era ela, um cão e um gato.
Aprendeu com eles a rodopiar atrás de uma cauda imaginária, a erguer a cabeça ao menor ruído.


Era ela, dois cães e um gato.
Chegou o Inverno. Percebeu que o frio vinha de dentro de si. Aprendera a rosnar ao mínimo sinal de perigo e não deixava ninguém aproximar-se.


Era ela, três cães e dois gatos, mais as aranhas que se instalaram.
O frio não se ia embora. Acendeu uma fogueira com a mobília, no quintal. Nunca ela mordeu tanto quanto devia.


Era ela três cães, três gatos, as aranhas e os pássaros que pelas 16h vinham roubar as migalhas.
Cantavam, ladravam, miavam, chilreavam e… bom, as aranhas não diziam um pio. Sem mobília, dormiam aconchegados.


Percebera que antes sujeitar-se a uma carga de pulgas que a uma carga de nervos!