... nos pedreiros, canalizadores, pintores, "faz-tudo" e outros senhores de trabalhos de índole mais de "pôr a mão na massa" que me fazem por vezes esbugalhar os olhos, queixo caído e em passo lento, para poder apreciar todo o espectaculo.
E que espectaculo é esse? Eles a explicarem à pessoa para quem estão a fazer o serviço como se dá e porquê o processo.
Ele é gesticular, a falar bem alto, com todas as palavras muito bem articuladas e de boca bem aberta "está a perceber?", porque daquilo percebem eles e a pessoa à frente deles pode ser estúpida... e às vezes são; ou surda... e às vezes também o serão...
Depois, como resposta, há quem goste de pensar que percebe mais da poda do que quem realmente o faz, e é ver meninas de salto alto, que sendo arquitectas percebem imenso da coisa, porem-se a espantar terra com o biquinho do sapato a ensinar ao calceteiro o que fazer e como fazê-lo (e vê-la fugir de seguida com algum tipo de impropério ou conselho para se dedicar à sua actividade).
Mas também deve haver quem engula um bocejo e pense, ai senhor faça lá isso que eu quero é paz e sossego e quem me saiba do que está a fazer, que disto não pesco nada!
Presenciei hoje uma dessas belas imagens e desacelerei o passo, para ir deixando descaír o queixo, esbugallhar os olhos e esboçar um sorriso (interior, claro... não se esqueçam que tinha descaído o queixo), para me entreter e animar, antes de ouvir o meu (improvisado) instrutor fazer o mesmo comigo (porque se ele falar baixo e não gesticular, eu posso lançar-me de uma ribanceira ou, quem sabe, resolver conduzir no passeio).
Na verdade, entrando eu numa rotunda, nunca se sabe o que pode suceder!
Não pensem vocês que critico aqui quem sabe pôr a mão na massa; muito pelo contrário! Eu aprecio é observar.
Afinal de contas, eu sou miuda de "pôr a mão na massa" e raramente compro já feito!
Guardo é o gesticular para quando vou abanar a côxa e o falar alto para quando me tiram do sério.
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