segunda-feira, 30 de setembro de 2013
domingo, 29 de setembro de 2013
sexta-feira, 27 de setembro de 2013
Brincar com a Memória
Para guardar numa caixa, embrulhada num lenço, debruado a renda...
Tenho saudades de cartas - lembrei-me a propósito de nada. Ou de qualquer coisa.
Da memória. Esta,
A primeira.
É um bilhete só de ida, faxavor! Para Nenhures!
Malas.
Odeio fazer malas.
E sofro de stress pré viagem.
E a pu&% da mala que é tão chata de fazer.
Argh!
Aposto que hoje não durmo.
Por causa das malas.
E do stress pré viagem.
E porque pareço os miúdos na véspera de uma viagem de turma.
E eu preciso de dormir.
Para não ficar stressada.
Com a viagem e para a viagem.
E porque ainda tenho que acabar de fazer a mala.
Não fosse estar mortinha por esta viagem e não fazia mala.
Mas se não deixo a mala feita
começo a stressar com a falta de tempo,
não durmo,
tenho um ataque de ansiedade e lá se me vai a viagem.
Vou fazer a mala.
Odeio fazer malas.
E sofro de stress pré viagem.
E a pu&% da mala que é tão chata de fazer.
Argh!
Aposto que hoje não durmo.
Por causa das malas.
E do stress pré viagem.
E porque pareço os miúdos na véspera de uma viagem de turma.
E eu preciso de dormir.
Para não ficar stressada.
Com a viagem e para a viagem.
E porque ainda tenho que acabar de fazer a mala.
Não fosse estar mortinha por esta viagem e não fazia mala.
Mas se não deixo a mala feita
começo a stressar com a falta de tempo,
não durmo,
tenho um ataque de ansiedade e lá se me vai a viagem.
Vou fazer a mala.
quarta-feira, 25 de setembro de 2013
terça-feira, 24 de setembro de 2013
A nausea é...
... acrescentar gente descompensada à lista.
Isto de tentar brincar ao faz-de-conta-que-sou-um-ser-super-social-que-adora-pessoas-porque-são-confiáveis-e-uns-docinhos-de-côco-e-posso-afinal-juntar-gente-amiga-à-lista, num funcemina.
No fim, apetece-me sempre bater nelas com uma pá.
A culpa não é minha, juro. Só não são afinal assim tão confiáveis-e-uns-docinhos-de-côco.
É isto.
Deo Gratias, isto não é a treta do facebook, para virem já um monte de Madres Teresa e outras compreensivas criaturas, de olhinhos em alvo e vozes arrastadas, monocordicas, prontas para o rosário, mais os espirituais a falar do karma e os simplesmente tolos a falar de portas que fecham e janelas que abrem, que ainda não perceberam que essa merda só causa correntes de ar e graves constipações e outras maleitas.
Eu até estou bem disposta, juro.
Ninguém se convença do contrário.
Só não gosto de pessoas, em geral.
Precisam esforçar-se mais um pouco. Não é muito! É só serem leais. Sei lá... deixarem o serviço de facas nas gavetas.
Agora vou ouvir qualquer coisinha melosa, que isto passa já já.
Isto de tentar brincar ao faz-de-conta-que-sou-um-ser-super-social-que-adora-pessoas-porque-são-confiáveis-e-uns-docinhos-de-côco-e-posso-afinal-juntar-gente-amiga-à-lista, num funcemina.
No fim, apetece-me sempre bater nelas com uma pá.
A culpa não é minha, juro. Só não são afinal assim tão confiáveis-e-uns-docinhos-de-côco.
É isto.
Deo Gratias, isto não é a treta do facebook, para virem já um monte de Madres Teresa e outras compreensivas criaturas, de olhinhos em alvo e vozes arrastadas, monocordicas, prontas para o rosário, mais os espirituais a falar do karma e os simplesmente tolos a falar de portas que fecham e janelas que abrem, que ainda não perceberam que essa merda só causa correntes de ar e graves constipações e outras maleitas.
Eu até estou bem disposta, juro.
Ninguém se convença do contrário.
Só não gosto de pessoas, em geral.
Precisam esforçar-se mais um pouco. Não é muito! É só serem leais. Sei lá... deixarem o serviço de facas nas gavetas.
Agora vou ouvir qualquer coisinha melosa, que isto passa já já.
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
domingo, 22 de setembro de 2013
Incontinência Verbal
Há quem sofra do grave problema de não saber quando se calar. A horinha certa para deixar estar.
Eu elevei isto a um nível ...ufffff!!! E consigo fazer o mesmo na escrita.
Tenho um jeito nato para escrever merda atrás de merda depois de vários "paft" na testa. E não aprendo.
A cada wtf que leio - e que eu escrevi - tento remediar a coisa com um wtf ainda maior.
Isto tem que ser um dom!
Mais um, que sou cheia deles.
E melhor, isto tem que ser uma grande parte do meu charme ou estou bem quilhada.
Só me consigo imaginar como um boneco animado, pequenitates, com um ar "aiiii, tão engraçada", expressões faciais aparentemente fora do comum, com um pezito na ponta dos dedos a sirigaitar à minha frente, cabeça de lado, mãos atrás das costas, engasgada e no segundo seguinte, a saltarem-me os olhos, mãos à cabeça, seguido de "paft" na testa e um escrevinhar nervoso interminavel que me levará ao ponto inicial.
Isto não pode ser normal.
Ou de repente fiquei com 14 anos ou estou aqui com um problema mental qualquer.
Pelo sim pelo não, é de evitar comunicar com pessoas. Eu sabia que tinha um desajeito social.
sábado, 21 de setembro de 2013
O que fazer...
... nos intervalos da faxina caseira e antes de me dedicar a tratar da cutis?
Um teste destes, pois claro.
http://slackhalla.org/~demise/test/socialattitude.php
Para quem quiser ser coscuvilheiro, aqui está o meu resultado.
Que me trouxe à memória as agridoces (ok, ácidas, mesmo) discussões, com o exmo. Sr. Codorniz Branquelo.
Pronto, agora vou agarrar-me à caneca de leite com chocolate, pôr mais uma musiquinha e tratar do photoshop emocional para a saída da noite.
Plim!
Um teste destes, pois claro.
http://slackhalla.org/~demise/test/socialattitude.php
Para quem quiser ser coscuvilheiro, aqui está o meu resultado.
Que me trouxe à memória as agridoces (ok, ácidas, mesmo) discussões, com o exmo. Sr. Codorniz Branquelo.
Political Values
Radicalism 74.75
Socialism 87.5
Tenderness 59.375
These scores indicate that you are a moderate progressive; this is the political profile one might associate with an animal rights activist. It appears that you are skeptical towards religion, and have a pragmatic attitude towards humanity in general.
Your attitudes towards economics appear communist, and combined with your social attitudes this creates the picture of someone who would generally be described as left-wing.
To round out the picture you appear to be, political preference aside, an egalitarian with few strong opinions.
Pronto, agora vou agarrar-me à caneca de leite com chocolate, pôr mais uma musiquinha e tratar do photoshop emocional para a saída da noite.
Plim!
Conselhos Grátis!
Dou conselhos grátis sobre como parecer uma psicótica, passivo-agressiva ou outras maleitas do miolo.
Vá... grátis, mas em troca de conselhos sobre como parecer uma garota normal, sem impulsos de looney, sejam eles a que nível for.
sexta-feira, 20 de setembro de 2013
E diz o Eugénio de Andrade...
UrgentementeÉ urgente o amor
É urgente um barco no mar
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos, muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.
Eugénio de Andrade, in "Até Amanhã"
É urgente um barco no mar
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos, muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.
Eugénio de Andrade, in "Até Amanhã"
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
terça-feira, 17 de setembro de 2013
pelo postigo entreaberto
espreita o dia em insónia talhado
sonho acordada que durmo e que sonho
o frio de cobertor vazio.
e o banho, sempre um banho,
de porta entreaberta
qual postigo
por onde
entra o convite
sai o suspiro
despertei do sonhar,
que tinha insónias
e que no levantar a meio da noite
a porta estava aberta.
Acordei na casa errada.
Ou ainda estou a dormir.
espreita o dia em insónia talhado
sonho acordada que durmo e que sonho
o frio de cobertor vazio.
e o banho, sempre um banho,
de porta entreaberta
qual postigo
por onde
entra o convite
sai o suspiro
despertei do sonhar,
que tinha insónias
e que no levantar a meio da noite
a porta estava aberta.
Acordei na casa errada.
Ou ainda estou a dormir.
Tragam violinos... que eu gosto disto
Sou uma garota. Uma garota tonta. É o que é.
Os Meus VersosRasga esses versos que eu te fiz, amor!
Deita-os ao nada, ao pó, ao esquecimento,
Que a cinza os cubra, que os arraste o vento,
Que a tempestade os leve aonde for!
Rasga-os na mente, se os souberes de cor,
Que volte ao nada o nada de um momento!
Julguei-me grande pelo sentimento,
E pelo orgulho ainda sou maior!...
Tanto verso já disse o que eu sonhei!
Tantos penaram já o que eu penei!
Asas que passam, todo o mundo as sente...
Rasgas os meus versos... Pobre endoidecida!
Como se um grande amor cá nesta vida
Não fosse o mesmo amor de toda a gente!...
Florbela Espanca, in "A Mensageira das Violetas"
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
Outra vez a Adília Lopes (é paixão, isto)
A Selva
1
Adília
chora
como
uma Madalena
2
Adília
lê
treslê
a Bíblia
3
Adília
a idiota
da família
afoga-se
em chá de tília
4
Adília
memorabilia
Combray
Penamacor
Cortam-me
ou esticam-me
braços
e pernas
conforme
a cama
(a cama
é a medida)
A medida porém
é a Senhora da Aparecida
Também eu
fui Procrustes
tive
duas camas
os outros as outras
nunca
estavam
certos
Errei (pequei)
estou arrependida
(antes não fodida
que mal fodida)
Encontrei este sábado, num mercado urbano, uma banca de livros que já é uma habitué por ali. Sempre que posso compro lá daqueles livrinhos mais pequenos, de acordo com o meu bolso. Desta vez perguntei se não tinham nada da Adília Lopes. Não têm. Mas a senhora conta que, além de gostar muito, já dividiu quarto com ela. Que é um ser adorável. E que foi uma experiência e tanto. Não tenho dúvidas! Diz também que se deitava às 19h e que se levantava às 5h. Que levava uma vida de freira. Salvo seja... Sim, que era algo que não me lembraria ao ler as coisas que leio. Só descansarei quando comprar um livro jeitoso dela.
1
Adília
chora
como
uma Madalena
2
Adília
lê
treslê
a Bíblia
3
Adília
a idiota
da família
afoga-se
em chá de tília
4
Adília
memorabilia
Combray
Penamacor
Cortam-me
ou esticam-me
braços
e pernas
conforme
a cama
(a cama
é a medida)
A medida porém
é a Senhora da Aparecida
Também eu
fui Procrustes
tive
duas camas
os outros as outras
nunca
estavam
certos
Errei (pequei)
estou arrependida
(antes não fodida
que mal fodida)
Encontrei este sábado, num mercado urbano, uma banca de livros que já é uma habitué por ali. Sempre que posso compro lá daqueles livrinhos mais pequenos, de acordo com o meu bolso. Desta vez perguntei se não tinham nada da Adília Lopes. Não têm. Mas a senhora conta que, além de gostar muito, já dividiu quarto com ela. Que é um ser adorável. E que foi uma experiência e tanto. Não tenho dúvidas! Diz também que se deitava às 19h e que se levantava às 5h. Que levava uma vida de freira. Salvo seja... Sim, que era algo que não me lembraria ao ler as coisas que leio. Só descansarei quando comprar um livro jeitoso dela.
domingo, 15 de setembro de 2013
Passaram 18 anos desde o dia em que me senti sugada para um inacreditável abismo. Era uma miúda, catano...
Fará 18 anos no dia 02 de Outubro que iniciei uma luta, com unhas, dentes e tudo o mais que consegui arranjar.
Há dias em que preciso acordar e perceber que só existe esta oportunidade.
Faz não tarda 18 anos que os 18 anos sonhados por muitos foram o filme de terror de uma vida. A minha. Os 18 anos, ali feitos, sem saber se seriam os últimos, sem o ar fresco e esperançoso típico desta idade.
É... isto às vezes é tudo uma grandessíssima chatice. mas que fazer; gosto de cá andar!
Mesmo não tendo tudo a que tenho direito, que é muito mais do que respirar.
Dia 02 de Outubro, coincidência das coincidências, vou "reunir" com um dos que me conhece desde essa adolescência.
Que continua a tratar-me como a miúda refilona, que me irrita com isso...
Vou estar mais uma vez em contacto com essa miúda que fui, que me parece de alguma forma distante.
A miúda que esgotou as forças para uma vida.
Foda-se, era uma miúda e pêras! E esgotou-se...
Não é fácil para muitos perceber. Nem eu já o espero.
Espero apenas que me deixem no meu mundo quando preciso e que não tornem foleiras (sim escrevi foleiras) as coisas boas que há nesta vida.
Momento lamecho-parolo-lacrimejante do dia arrumado.
Ligar a música e berrar com ela, que já estou a meter nojo com isto.
Fará 18 anos no dia 02 de Outubro que iniciei uma luta, com unhas, dentes e tudo o mais que consegui arranjar.
Há dias em que preciso acordar e perceber que só existe esta oportunidade.
Faz não tarda 18 anos que os 18 anos sonhados por muitos foram o filme de terror de uma vida. A minha. Os 18 anos, ali feitos, sem saber se seriam os últimos, sem o ar fresco e esperançoso típico desta idade.
É... isto às vezes é tudo uma grandessíssima chatice. mas que fazer; gosto de cá andar!
Mesmo não tendo tudo a que tenho direito, que é muito mais do que respirar.
Dia 02 de Outubro, coincidência das coincidências, vou "reunir" com um dos que me conhece desde essa adolescência.
Que continua a tratar-me como a miúda refilona, que me irrita com isso...
Vou estar mais uma vez em contacto com essa miúda que fui, que me parece de alguma forma distante.
A miúda que esgotou as forças para uma vida.
Foda-se, era uma miúda e pêras! E esgotou-se...
Não é fácil para muitos perceber. Nem eu já o espero.
Espero apenas que me deixem no meu mundo quando preciso e que não tornem foleiras (sim escrevi foleiras) as coisas boas que há nesta vida.
Momento lamecho-parolo-lacrimejante do dia arrumado.
Ligar a música e berrar com ela, que já estou a meter nojo com isto.
sábado, 14 de setembro de 2013
Encher o peito de ar
...
Em dias de não poder ouvir um ruído que contrarie este estado de alarme constante, soa a campaínha interior acordo o despertador acordo o galo alimenta-me o gato de linguas do dito, linguas de perguntador troco os cereais por uma taça de música em loop tropeço no refrão calço os chinelos da preguiça limpo os pés à saída peço licença à porta do prédio...
uffff... expiro. conto até 10.
Inspiro
...
Em noites de não pregar olho descanso um de cada vez enquanto o outro espreita à socapa os fantasmas que se ficam pelo postigo à espera de um ronco que nunca chega que eu não ressono nem durmo e os fantasmas não vêm do postigo vêm de dentro da cabeça a cem a mil tudo a correr a perder-se foto desfocada de uma vida tremida que não há quem me páre e isto esta cabeça é um parque de diversões enquanto o corpo tem o seu descanso semanal, não, mensal, anual mais uma corrida mais uma viagem estampada contra o muro que se ergueu perante os olhos meus teus mas a música que nos une é a banda sonora que parte corações, um coração dois corações três corações tralala mas não o meu não o teu que aprendemos a trepar muros e a saltar na cama elástica Weeeeee! feito no caminho entre o abraço, um suspiro, um... e inspiro e afinal acordo da sesta de 5 minutos.
Encha o peito de ar e não respire.
Pode respirar.
Continue a viver em sossego por mais uma temporada.
Peça à saída a etiqueta para a receita dos comprimidos para essa crise existencial.
...
Em dias de não poder ouvir um ruído que contrarie este estado de alarme constante, soa a campaínha interior acordo o despertador acordo o galo alimenta-me o gato de linguas do dito, linguas de perguntador troco os cereais por uma taça de música em loop tropeço no refrão calço os chinelos da preguiça limpo os pés à saída peço licença à porta do prédio...
uffff... expiro. conto até 10.
Inspiro
...
Em noites de não pregar olho descanso um de cada vez enquanto o outro espreita à socapa os fantasmas que se ficam pelo postigo à espera de um ronco que nunca chega que eu não ressono nem durmo e os fantasmas não vêm do postigo vêm de dentro da cabeça a cem a mil tudo a correr a perder-se foto desfocada de uma vida tremida que não há quem me páre e isto esta cabeça é um parque de diversões enquanto o corpo tem o seu descanso semanal, não, mensal, anual mais uma corrida mais uma viagem estampada contra o muro que se ergueu perante os olhos meus teus mas a música que nos une é a banda sonora que parte corações, um coração dois corações três corações tralala mas não o meu não o teu que aprendemos a trepar muros e a saltar na cama elástica Weeeeee! feito no caminho entre o abraço, um suspiro, um... e inspiro e afinal acordo da sesta de 5 minutos.
Encha o peito de ar e não respire.
Pode respirar.
Continue a viver em sossego por mais uma temporada.
Peça à saída a etiqueta para a receita dos comprimidos para essa crise existencial.
sexta-feira, 13 de setembro de 2013
Vendem-se comprimidos para isto?
Eternal Sunshine of the Spotless Mind
E agora voltou-me a música que por uns dias foi uma constante na minha cabeça de vento. Coisas de miúda.
quinta-feira, 12 de setembro de 2013
E diz a Adília Lopes
Os namorados pobres
O namorado dá
flores murchas
à namorada
e a namorada come as flores
porque tem fome
Não trocam cartas
nem retratos nem anéis
porque são pobres
Mas um dia
têm muito medo
de se esquecerem
um do outro
então apanham
um cordel
do chão
cortam o cordel
e trocam alianças
feitas de cordel
Não podem
combinar encontros
porque não têm
número de telefone
nem morada
assim encontram-se
por acaso
e têm medo
de não se voltarem
a encontrar
O acaso
não os favorece
Decidem nunca sair
do mesmo sítio
e ficarem sempre juntos
para não se perderem
um do outro
Procuram um sítio
mas todos os sítios
têm dono
ou mudam de nome
Então retiram
dos dedos
os anéis de cordel
atam um anel
ao outro
e enforcam-se
Mas a namorada
tem de esperar
pelo namorado
porque o cordel
só dá par[a] um
de cada vez
O namorado
descansa à sombra
da figueira
e a namorada
baloiça
na figueira
O dono da figueira
zanga-se
com os namorados pobres
porque julga
que estão a roubar figos
e a andar de baloiço
O namorado dá
flores murchas
à namorada
e a namorada come as flores
porque tem fome
Não trocam cartas
nem retratos nem anéis
porque são pobres
Mas um dia
têm muito medo
de se esquecerem
um do outro
então apanham
um cordel
do chão
cortam o cordel
e trocam alianças
feitas de cordel
Não podem
combinar encontros
porque não têm
número de telefone
nem morada
assim encontram-se
por acaso
e têm medo
de não se voltarem
a encontrar
O acaso
não os favorece
Decidem nunca sair
do mesmo sítio
e ficarem sempre juntos
para não se perderem
um do outro
Procuram um sítio
mas todos os sítios
têm dono
ou mudam de nome
Então retiram
dos dedos
os anéis de cordel
atam um anel
ao outro
e enforcam-se
Mas a namorada
tem de esperar
pelo namorado
porque o cordel
só dá par[a] um
de cada vez
O namorado
descansa à sombra
da figueira
e a namorada
baloiça
na figueira
O dono da figueira
zanga-se
com os namorados pobres
porque julga
que estão a roubar figos
e a andar de baloiço
Está para acabar o mundo, na certa.
A ventania ali fora assim mo quer mostrar.
Eu ter um chocolate que dura perto de dois meses no armário sem ser consumido é ainda um mais forte indício. Posso atribuir esta demora à nova direcção das minhas atenções e gula. Mas uma coisa nunca me impediu a outra. Imagino, portanto, que seja o fim do mundo.
Eu e o chocolate sempre tivemos uma relação doentia. Mas é sempre uma novidade quando nos reencontramos. Por isso, talvez deva fazer as pazes e continuar a apostar nele.
Ninguém pode esperar sentido de algo que uma tipa escreve após acordar as 6h da manhã. Outra prova de que o mundo só pode estar para dar o berro.
Eu adormeço pelas 2h, 3h, 4h... por vezes até às 7:30, quando vou expulsar o demo do corpo em algo semelhante a dançar. Não é, eu acordo às 6h da manhã, por mim, porque, pronto, estou fartinha de cama e tal. Não. Algo está para acontecer.
Até porque não vou viajar e a sensação de catástrofe iminente anda a apoderar-se aqui do sítio.
Claro, posso simplesmente ser xoné. Já me ocorreu.
Entretanto vou ali acordar o despertador e aquecer o leite. Apetece-me ver o chocolate a derreter-se por mim.
A ventania ali fora assim mo quer mostrar.
Eu ter um chocolate que dura perto de dois meses no armário sem ser consumido é ainda um mais forte indício. Posso atribuir esta demora à nova direcção das minhas atenções e gula. Mas uma coisa nunca me impediu a outra. Imagino, portanto, que seja o fim do mundo.
Eu e o chocolate sempre tivemos uma relação doentia. Mas é sempre uma novidade quando nos reencontramos. Por isso, talvez deva fazer as pazes e continuar a apostar nele.
Ninguém pode esperar sentido de algo que uma tipa escreve após acordar as 6h da manhã. Outra prova de que o mundo só pode estar para dar o berro.
Eu adormeço pelas 2h, 3h, 4h... por vezes até às 7:30, quando vou expulsar o demo do corpo em algo semelhante a dançar. Não é, eu acordo às 6h da manhã, por mim, porque, pronto, estou fartinha de cama e tal. Não. Algo está para acontecer.
Até porque não vou viajar e a sensação de catástrofe iminente anda a apoderar-se aqui do sítio.
Claro, posso simplesmente ser xoné. Já me ocorreu.
Entretanto vou ali acordar o despertador e aquecer o leite. Apetece-me ver o chocolate a derreter-se por mim.
quarta-feira, 11 de setembro de 2013
(not so) Random Morning
Esta devia ir ali para a Esquizofrenia Musical ao lado, mas... apesar de ter sido a primeira que ouvi pela manhã, não foi um acaso.
E é isto.
Estou com a neura.
Vou bota-lo a cantar para mim.
terça-feira, 10 de setembro de 2013
Gula
Sempre que posso, como porcarias que não conheço.
Tenho para mim que se como fora de casa não sei o que como, logo, mais vale comer algo que nem sequer conheço.
Desta vez a "esquisitice" veio de um supermercado chinês, em Lisboa, ali pelo Martim Moniz.
Não podendo trazer os meus dumplings, que congelados não chegariam à cidade-ovo, vieram chás vários e um pacotinho de Mochi - gulodices, pois - três coisinhas molengas com recheio de morango.
Nem sei se é bom, se não. Fiquei assim um pouco sem opinião... Não lambisquei os dedos, o que já diz muito, mas a gula não me permitiu fazer grandes pausas entre eles.
Seria menina para trazer de outro sabor. ^.^
E aqui vai o aspecto da coisa:
Tenho para mim que se como fora de casa não sei o que como, logo, mais vale comer algo que nem sequer conheço.
Desta vez a "esquisitice" veio de um supermercado chinês, em Lisboa, ali pelo Martim Moniz.
Não podendo trazer os meus dumplings, que congelados não chegariam à cidade-ovo, vieram chás vários e um pacotinho de Mochi - gulodices, pois - três coisinhas molengas com recheio de morango.
Nem sei se é bom, se não. Fiquei assim um pouco sem opinião... Não lambisquei os dedos, o que já diz muito, mas a gula não me permitiu fazer grandes pausas entre eles.
Seria menina para trazer de outro sabor. ^.^
E aqui vai o aspecto da coisa:
É mais uma daquelas coisas que acho que não convencia ninguém a comer... Que querem, tenho gostos esquisitos!
segunda-feira, 9 de setembro de 2013
Wild Thing
Brincar ao Print Screen com legendas brasileiras é qualquer coisa de especial. ❤ Vou fazer colecção.
É melhor musicar isto.
Duplamente.
que não me perguntem porque me lembrei eu disto...
Na minha interminável espera pelo autocarro no sábado à noite, dei conta que observar os andares das pessoas que deixam janelas abertas e luzes acesas é quase como estar a jogar tolices, como os Sims. Entram na cozinha, "sirigaitam" de um lado para o outro, abrem o frigorífico... e se forem mesmo totós, como já observei uma vez, até o fazem de cuecas.
Perfeitamente encantador.
Perfeitamente encantador.
domingo, 8 de setembro de 2013
Era bom, não era? Mas não é.
Que um ex namorado, há uns anos me tenha dito que eu tinha traços da Helena Bonham Carter, eu percebo. Quer dizer, percebo a intenção. O moço estava enamorado, apaixonado, cego, surdo e mudo. Para mais, eu tinha cortado o cabelo, chorado baba e ranho por isso e o moço deve ter arranjado isto como safa para me consolar.
Agora, ontem ter uma rapariga a dizer-me o mesmo... e que já o confirmou de todas as vezes que me vê, leva-me a crer que:- ela bebe que se farta sempre que calha eu estar no mesmo sítio que ela;
- eu exagero sempre na maquilhagem, de tal forma que pareço outra pessoa;
- acrescentada a qualquer uma das opções, deve sempre apanhar-me vestida de preto iludindo-a com a imaginária falta de xixa;
- ela atentou mais precisamente nas minha olheiras e desgrenho do cabelo de fim de noite, após horas a fio de saltitanço e lembrou-se da Bonham Carter no filme Sweeney Todd.
E lá deve saber o meu fraco pelo Tim Burton. E que não me importava de beijocar o Johnny Depp em todo e qualquer filme, como qualquer adolescente e pós adolescente que se preze. Mas fica-se por aí.
E lá deve saber o meu fraco pelo Tim Burton. E que não me importava de beijocar o Johnny Depp em todo e qualquer filme, como qualquer adolescente e pós adolescente que se preze. Mas fica-se por aí.
Que ninguém me interprete mal! A Bonham Carter é daquelas tipas que acho giras a valer. Dizerem-me isto duas vezes é de ficar que nem um pavão, mas... vamos lá descer à terra.
Anda tudo a tomar drogas? Ou terei que cortar na maquilhagem?! E pentear-me, vá.
Bebam menos, caraças!
sábado, 7 de setembro de 2013
sexta-feira, 6 de setembro de 2013
quinta-feira, 5 de setembro de 2013
Human Looney Magnet
Posso não ter jeitinho nenhum para atrair quem me espicaça os sentidos e o interesse, que sou trapalhona, mas há em mim um qualquer atractivo para toda a espécie de xonés.
Em menos de meio ano acho que a lista destas criaturas cresceu a uma velocidade estonteante. Já sou alvo de chacota de cada vez que surge mais uma história.
Não é fácil. Mas mais difícil é eu não perceber como usar isso a meu favor. Não... isso nada. Se calhar passo a parecer uma destas criaturas e a entrar em lista alheia. Quem sabe!
Hoje nem chegou para ter piada. foi só assustador.
Quem não me conhece, ainda cai no erro de pensar que dou conversa ou seguimento às achegas destas gentes. Nitidamente nunca viram em acção o meu ar ultra antipático e sobrolho nervoso a subir em segundos. Ouve-se quase um rosnar.
Mas há uma informação importante, uma conclusão a que cheguei:
Os xonés gostam de más caras, de respostas desagradáveis, de qualquer comportamento que demonstre desinteresse ou mesmo náusea. Ficam avisados.
Agora uso a expressão de completo desinteresse, surdez, sons indecifráveis e noutros casos indirectas... ou nem tanto.
Mas ainda não encontrei fórmula mágica e os casos acumulam-se.
Pois na infelicidade de escolhas que me é natural, optei, em detrimento da tosta de atum com tomate, no Tropical, apenas com a companhia do meu cadernito e música, pelos nuggets mal amanhados do MacDonalds, sítio que abomino e evito, para tentar ser um ser social ao levar um farnel e juntar-me às colegas no jardim. Primeiro erro.
Duas filas, escolho uma, mudo para outra. Segundo erro. Que me levou ao terceiro e este foi grande: perguntar ao tipo da frente se estava na fila, já que estava meio de lado ou o escamambau. Alguém me devia ter ensinado que mesmo em crescida, não devia falar para estranhos.
Abri as portas do inferno.
Não lhe bastando responder que sim, quis oferecer-me a vez caso eu tivesse pressa e que por vezes existem urgências... colocando-se de frente para mim e numa distância que em muito ultrapassava o limite de segurança e o meu rico espaço pessoal que prezo p'ra caraças.
Depressa passou para o tempo, o calor, a amplitude térmica da cidade... chegando a vez dele de fazer o pedido, que consistia num cone de gelado.
Quando se pensa que a coisa não pode piorar, é certo e sabido que piora. Oh, se piora!
Além de não se ir embora e de eu ter o azar de só uma das coisas pedidas estar pronta a entregar, manteve a conversa enquanto lambia avidamente o seu gelado, qual vaca beijoqueira de boca bem aberta e língua motivada a apanhar toda bola espetada no cone.
Passei a saber, sem abrir a boca senão para meia duzia de grunhidos que largava enquanto olhava nervosamente à volta, na esperança de chegar o restante pedido, que o senhor tinha 50 anos e que era de Lisboa estando aqui há já alguns anos. Bom para ele... mau para mim.
E continuava a amarfanhar o gelado, tendo já um pedaço no canto da boca que evitei a todo o custa fixar. Numa lambidela mais energética, terei na certa feito um ar meio enojado ou coisa semelhante, que lhe provocou um largo sorriso e a generosa oferta de um pedaço quase enfiando-me o dito cone cara dentro.
Continuou o monólogo, passando pelo estado do país, a discrepância entre o que esperamos obter de realização profissional e o que a realidade tem para nos oferecer, em mantendo a presente conjuntura... passou ainda por querer saber se eu era daqui, se estudava e... quando recebi o meu pedido, finalmente, com a urgência de me segurar ali, ainda atirou que gostava de continuar a discutir aquele assunto comigo, se eu tivesse um tempinho... Não, não tenho um tempinho. Definitivamente o meu tempo nem existe.
O desespero, eu a caminhar, ele ao lado, a querer dar-me o contacto e eu a sair, já sufocada.
Diz que vê o que se passa, que sabe ouvir, que bem vê e ouve a realidade e as coisas... que posso contacta-lo para um dia se conversar. Não me largando, não vejo outra opção de fuga senão o de apanhar a porra do contacto dele e desandar. Tiro o caderno, caem-me alguns dos papeis onde escrevo tretas sem pés nem cabeça. Apanha-mos, botando olho à socapa. Escrevo o nome, o mail e o nº de telemóvel dele, com aqueles olhos de vigia. Nas pressas, deixo cair um dos meus sacos de comida. Odeio-me por aquilo, mas já não sabia como escapulir-me.
Despeço-me com um então, adeus boa tarde, espeta-me dois inesperados beijos nas bochechas. Começo a afastar-me nitidamente com ar de quem está num filme de psicopatas e ele, juro, continuou a olhar para mim com os típicos "Crazy Eyes" enquanto dizia: contacta-me, vou ficar à espera.
Em menos de meio ano acho que a lista destas criaturas cresceu a uma velocidade estonteante. Já sou alvo de chacota de cada vez que surge mais uma história.
Não é fácil. Mas mais difícil é eu não perceber como usar isso a meu favor. Não... isso nada. Se calhar passo a parecer uma destas criaturas e a entrar em lista alheia. Quem sabe!
Hoje nem chegou para ter piada. foi só assustador.
Quem não me conhece, ainda cai no erro de pensar que dou conversa ou seguimento às achegas destas gentes. Nitidamente nunca viram em acção o meu ar ultra antipático e sobrolho nervoso a subir em segundos. Ouve-se quase um rosnar.
Mas há uma informação importante, uma conclusão a que cheguei:
Os xonés gostam de más caras, de respostas desagradáveis, de qualquer comportamento que demonstre desinteresse ou mesmo náusea. Ficam avisados.
Agora uso a expressão de completo desinteresse, surdez, sons indecifráveis e noutros casos indirectas... ou nem tanto.
Mas ainda não encontrei fórmula mágica e os casos acumulam-se.
Pois na infelicidade de escolhas que me é natural, optei, em detrimento da tosta de atum com tomate, no Tropical, apenas com a companhia do meu cadernito e música, pelos nuggets mal amanhados do MacDonalds, sítio que abomino e evito, para tentar ser um ser social ao levar um farnel e juntar-me às colegas no jardim. Primeiro erro.
Duas filas, escolho uma, mudo para outra. Segundo erro. Que me levou ao terceiro e este foi grande: perguntar ao tipo da frente se estava na fila, já que estava meio de lado ou o escamambau. Alguém me devia ter ensinado que mesmo em crescida, não devia falar para estranhos.
Abri as portas do inferno.
Não lhe bastando responder que sim, quis oferecer-me a vez caso eu tivesse pressa e que por vezes existem urgências... colocando-se de frente para mim e numa distância que em muito ultrapassava o limite de segurança e o meu rico espaço pessoal que prezo p'ra caraças.
Depressa passou para o tempo, o calor, a amplitude térmica da cidade... chegando a vez dele de fazer o pedido, que consistia num cone de gelado.
Quando se pensa que a coisa não pode piorar, é certo e sabido que piora. Oh, se piora!
Além de não se ir embora e de eu ter o azar de só uma das coisas pedidas estar pronta a entregar, manteve a conversa enquanto lambia avidamente o seu gelado, qual vaca beijoqueira de boca bem aberta e língua motivada a apanhar toda bola espetada no cone.
Passei a saber, sem abrir a boca senão para meia duzia de grunhidos que largava enquanto olhava nervosamente à volta, na esperança de chegar o restante pedido, que o senhor tinha 50 anos e que era de Lisboa estando aqui há já alguns anos. Bom para ele... mau para mim.
E continuava a amarfanhar o gelado, tendo já um pedaço no canto da boca que evitei a todo o custa fixar. Numa lambidela mais energética, terei na certa feito um ar meio enojado ou coisa semelhante, que lhe provocou um largo sorriso e a generosa oferta de um pedaço quase enfiando-me o dito cone cara dentro.
Continuou o monólogo, passando pelo estado do país, a discrepância entre o que esperamos obter de realização profissional e o que a realidade tem para nos oferecer, em mantendo a presente conjuntura... passou ainda por querer saber se eu era daqui, se estudava e... quando recebi o meu pedido, finalmente, com a urgência de me segurar ali, ainda atirou que gostava de continuar a discutir aquele assunto comigo, se eu tivesse um tempinho... Não, não tenho um tempinho. Definitivamente o meu tempo nem existe.
O desespero, eu a caminhar, ele ao lado, a querer dar-me o contacto e eu a sair, já sufocada.
Diz que vê o que se passa, que sabe ouvir, que bem vê e ouve a realidade e as coisas... que posso contacta-lo para um dia se conversar. Não me largando, não vejo outra opção de fuga senão o de apanhar a porra do contacto dele e desandar. Tiro o caderno, caem-me alguns dos papeis onde escrevo tretas sem pés nem cabeça. Apanha-mos, botando olho à socapa. Escrevo o nome, o mail e o nº de telemóvel dele, com aqueles olhos de vigia. Nas pressas, deixo cair um dos meus sacos de comida. Odeio-me por aquilo, mas já não sabia como escapulir-me.
Despeço-me com um então, adeus boa tarde, espeta-me dois inesperados beijos nas bochechas. Começo a afastar-me nitidamente com ar de quem está num filme de psicopatas e ele, juro, continuou a olhar para mim com os típicos "Crazy Eyes" enquanto dizia: contacta-me, vou ficar à espera.
What the Fuck is Wrong With Me?!
Como ser social que sou, após um trauma destes fiquei no jardim sozinha, a amaldiçoar os nuggets sem molho que comi a custo, tendo apenas como consolo a playlist de quebrar corações, alternado com o engolir em seco ao pensar que posso estar numa lista de xonés.
quarta-feira, 4 de setembro de 2013
Os Anos de Ti para Mim
O teu cabelo volta a ondular-se quando choro. Com o azul dos
teus olhos
pões a mesa do nosso amor: uma cama entre o verão e o
outono.
Bebemos o que alguém preparou, que não era eu, nem tu, nem
um terceiro:
sorvemos um último vazio.
Miramo-nos nos espelhos do mar profundo e passamos mais
depressa um ao outro os alimentos:
a noite é a noite, começa com a manhã,
é ela que me deita a teu lado.
Paul Celan, in "Papoila e Memória"
Tradução de João Barrento e Y. K. Centeno
teus olhos
pões a mesa do nosso amor: uma cama entre o verão e o
outono.
Bebemos o que alguém preparou, que não era eu, nem tu, nem
um terceiro:
sorvemos um último vazio.
Miramo-nos nos espelhos do mar profundo e passamos mais
depressa um ao outro os alimentos:
a noite é a noite, começa com a manhã,
é ela que me deita a teu lado.
Paul Celan, in "Papoila e Memória"
Tradução de João Barrento e Y. K. Centeno
terça-feira, 3 de setembro de 2013
As minhas 2ª feira são sempre emocionantes. Em especial
quando acordo às 07:15 da matina.
Por uma questão de saúde pública, devia ser proibido acordar
em tais horários. Zombies, ao pé de mim, - quando durmo mal, tudo me acontece e
ando a correr - são uns meninos bem humorados.
A minha aventura matinal de hoje, até poderia enganar...
Senhor dos jornais, cabelo grisalho, rabo de cavalo, boné,
todo lampeiro, depois de ver-me duas vezes seguidas em menos de 10 minutos a
passar por ele, na mesma direcção, passo alucinado, aparenta viver uma sensação
de "deja vu" e lança, num volume mais elevado do que eu desejaria:
"Descalça vai para a fonte
Leonor, pela verdura;
vai formosa e não segura.
Leva na cabeça o pote,
o testo nas mãos de prata,
cinta de fina escarlata,
sainho de chamalote;
traz a vasquinha de cote,
mais branca que a neve pura;
vai formosa e não segura.
..."
É... descalça eu não ia, mas por pouco.
É que tudo isto podia ser encantador ( e ainda me ri, é
certo) não fosse o facto de me estar a ver 2ª vez na rua, porque as primeiras
sandálias calçadas rebentaram a meio do percurso.
Não fosse o meu natural bambolear de coxa que qualquer miúda
roliça possui, o passinho de volta a casa em sandália e meia tinha sido uma
bela figura (quero eu enganar-me a fingir que disfarcei muito bem).
Menos piada teve eu escolher um vestido lindo e único (quem
me deu este, não me dá outro), que, nesta correria, me abafou de tal maneira
que a minha tensão desceu a pique... apanhando o autocarro por uma unha negra
(calma!!! esta é nova! eu consegui apanhar o autocarro!), e numa espécie de
quebra de tensão, ter tão bom ou tão mau aspecto (os zombies não param de me vir à cabeça) que fui amparada por uma
velhinha que me ajudou a sentar no lugar destinados a inválidos, grávidas,
idosos ou de pessoas com crianças ao colo.
Não havia lugar para idiotas ou desastres naturais... foi isso.
Não havia lugar para idiotas ou desastres naturais... foi isso.
Nota: Como gostei tanto deste início de dia, abri o bloco
que sempre me acompanha e comecei a rabiscar esta aventura. De tal forma me
embrenhei que quando levantei a cabeça estava na paragem que devia saír. E saí,
num gritinho pateta que não deixou dúvidas, quanto a eu não estar na total posse das minhas faculdades mentais, a quem quer que estivesse no autocarro. Terminei
isto na paragem, antes de seguir para a rotina dos miseráveis.
Ahhhh, 2ª feiras matinais... estou de volta!
segunda-feira, 2 de setembro de 2013
Mais um...
Como não tenho blogs que cheguem, abri um dedicado às minhas ricas manhãs musicais. Que é como quem diz, a forma mais elegante que arranjei para evitar que alguém tente comunicar comigo nas primeiras horas do dia.
Essas horas são sagradas, respeitem-nas, por favor!
Ou eu ponho música "ouvidosadentro" pelo meu mini-coiso. Podia chamar-se Esquizofrenia Musical... mas por agora é mais isto.
Essas horas são sagradas, respeitem-nas, por favor!
Ou eu ponho música "ouvidosadentro" pelo meu mini-coiso. Podia chamar-se Esquizofrenia Musical... mas por agora é mais isto.
domingo, 1 de setembro de 2013
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