Um dia tive um encontro desastroso.
Quer dizer... não parecia, mas foi.
Um tipo todo pintas, de cabelo grisalho, como parece que passei a gostar recentemente...
Começou bem, com uma conversa fluída e interesses coincidentes, outros com potencial para partilhar.
Mas a coisa deixa de correr bem quando percebo que não acompanham, não entendem ou não apreciam o meu humor.
A incapacidade de não perceber qual foi a hipótese não ajudou.
Seja como for, alguém que não tenha ou não acompanhe o meu humor deslocado, doentio ou de merda, não pode ser feliz comigo, na certa!
Não que eu quisesse casar com ele, vamos lá ver... mas o que eu também não queria mesmo era encatrafiá-lo no meu lar, como me pareceu esperar, assim como quem está a comer uma sandes de manteiga. Ora...
Isto da idade traz umas coisas. A vulgaridade e facilidades em alguns campos da vida andam assim a modos que a meter-me fastio. E eu tenho tendência a ficar tonta com carroceis e montanha-russa; já aqui o disse.
Um tipo que não percebe quando lhe falo "da pá" ou que quando lhe digo que um dos "festivais" que apreciei; já que não sou fã de tal; foi de Roxy Music, mas que tive de gramar com Paulo Gonzo,que é "muita bom" e o tipo me faz uma cara sem expressão... não deixando perceber se:
- me ouviu ou não,
- gosta de Paulo Gonzo,
- percebeu ou não a ironia,
- inserir mais hipóteses, que desconfio que serão muitas!
E que quanto mais eu tento discernir o que aquela não-cara significa, explicando que é uma cáca, mais a cara dele me parece não tanto uma cara, mas um balão por desenhar... não será, definitivamente, um tipo que eu queira a mostrar imaginação entre paredes, lençóis ou coisa que o valha.
Isto de beber café com um tipo cheio de pinta e não sentir cá fogo a crescer devia dizer-me qualquer coisa.
A última vez que senti fogo a crescer levei com um balde de água gelada e foi o diabo. Deve ser por isso.
Mas este cinza era uma espécie de cópia em formato mais pequeno e mais novo do verdadeiro cinza. O do balde. E eu não me posso fiar em cópias... certo?!
Depois de poemas e músicas e desejos enviados de partilha e cafés e o Diabo a quatro, não ter a xixa entre mãos em modo 1 2 3, arrefeceu o moço a quem a poesia escasseou em três tempos.
Assim como a vontade de cafés. E a felicidade por me conhecer e eu ter aparecido naquele antro asqueroso a que só vou de arrasto.
Acho que percebeu que cafés não simbolizam uma volta entre amassos.
Isto não é gente que faça falta, certo?!
Querido Diário. Era assim que eu devia ter começado.
2 comentários:
Tolices pois.. fases :)
E sempre se tira mais um ou outro ensinamento..:p
Eu não tirei ensinamento nenhum... A única coisa que tirei foi mais um bocado de paciência de cima.
Mas deduzo que não falasses de mim. ;)
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