terça-feira, 20 de outubro de 2009
_ Ei! Espera aí! Perdias tudo?! Então, vais casar, tens uma mulher que te adora, não se vê sem ti nem consegue conceber tal coisa... Fazes o que gostas, com quem gostas, onde gostas, tens bons amigos. Todos se dão, o teus pais estão radiantes...
Ele continuou... Que mania, virem para aqui interromper, como se fizessem parte da história.
_ Como assim?! Somos amigos, não somos? Faço parte da tua vida, não?!
Humpf... Pedalava furiosamente, vento nos seus cabelos desalinhados.
Isto de os deixar crescer talvez não fosse boa ideia... queria mudar as coisas,a vida, o medo, os grilhões; o raio das correntes que lhe atavam os pés, com nome "cocozinho"... e disseram-lhe um dia "quando quero mudar algo na minha vida, dou uma tesourada no cabelo, mudo de penteado".
_ Quê? Que disparate... que criatura diz uma barbaridade dessas?!
Fazia de conta que não, mas o menor disparate que essa tal criatura dizia parecia-lhe sempre imbuído de uma sabedoria modesta mas certeira. Prova disso era não resistir em espreitar os diários que mantinha na net... Isso e querer saber secretamente se estava melhor ou pior sem ele. Se ele existia sequer.
_ Mas de que raio estás tu a falar?!
Alguém diga a este cretino que esta história é minha, por favor?!!
Mas, continuando, pensava no penteado. Pois... se algo tinha mudado, tinha sido para algo estranhamente pior. Quer dizer, não era o que diziam os que o rodeavam.
Agora é que ele estava bem! Almas gémeas, diziam! Se calhar gémeas demais, pensava.
Ou estaria bem? Onde estava a tal dor de barriga, a borboleta no estômago?!
Tinha ideia que a dor de barriga que sentia não podia adivinhar nada de bom. E decididamente não eram borboletas! No máximo morcegos vampirescos, abutres!
Depois de arrumar a bicicleta vou rapar o cabelo, decidiu.
_ Vais o quê?
Humpf...ainda não o levaram...
Vou rapar o cabelo e vou dar uma volta nisto, nesta desarrumação.
_Tarde demais, meu amigo! Estás afundadinho. Que vais dizer aos teus pais? As pais dela! Aos teus amigos! Como vais explicar? Que uma cabeleireireira psíquica ou psicóloga barata te disse que rapar é o que está a dar? Rapar da tua vida cabelos, pessoas, ideais...
Sabia agora que aquela vozinha irritante era a sua consciência. Uma chata da pior espécia, que tinha crescido habituada a repressões e a bons costumes.
Há que parecer bem! Deixa a farra para o imaginário, a indecência para a fantasia, o corpo para o pedalar: queimar gorduras, desejos e vontades, arrependimentos.
Chega a casa, beija a sua quase mulher e diz um amo-te mal amanhado enquanto se prepara para ir a net.
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Treslouquices?
- Ah...deram-me um anel de noivado!
- A sério?
- Não.
- Então, que tens lido?
- Blogs.
- Mas não gostavas disso!!!
- Isso era antes...às escondidas é mais sedutor...
-Então, és feliz?
- Que queres dizer com isso?
- ?! Se és feliz...
- Opá...estou estável, não me chateia a cabeça, não salta muito à vista, não precisa de muita acção para ser feliz... estou bem.
- Mas feliz?
- Não percebi...
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Ia ao encontro de alguém ou o contrário, não sabia bem. Tinha-se esquecido do ponto de encontro e de quem ia encontrar.
Quando tinha assim umas baforadas de memória, punha-se a caminho, como se estivesse muito decidida!
_ Eia! Um rio de águas cristalinas!! Eu cá é que não vou perder isto! Só assim um mergulhito, um refrescar-me, assim de leve, de repente... Vendo bem, se me apanharem assim fresca, concerteza será bem melhor!
Ou então parava para um pastel de nata. _ Que shot fantástico! Já devo estar atrasada, mas se for mais alegre deve ser bem melhor, não é?!
Desconfio que F. andou nisto muito tempo... passava o Verão, o Inverno e aí era uma sauna ou um aquecedor a óleo que a travava, quem sabe um bar quentinho, uma tripa em Aveiro, uma ginginha em Óbidos, um chocolate quente em Coimbra, um tinto em Lisboa, um tango... Desconfio que correu o país, desculpando-se que era bem melhor se chegasse mais quente, mais fresca, mais alegre, mais docinha...
_ És feliz assim?
_ Claro que sim! E tu, já encontraste a Felicidade?
_ Huumm... acho que... Desconfio que ela é que ainda não me encontrou!
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
Tinha esta paixonite aguda por D. desde sempre. E desconfiava que era coisa para durar uma vida de tartaruga!
Não pensava nele todos os dias, não se lembrava do seu cheiro, era mesmo capaz de passar meses sem o ver. Só poderia ser mesmo assim, pensava...
L. já conhecia D. há muito. Não conhecer de "olá tudo bem, vamos tomar um café", mas um conhecer de manhas, de cama, de copos e de arrufos, de estou-te a topar mas vou fazer que não. Um conhecer de adeus mas fica para sempre.
E D. foi ficando, para contentamento de L., que desejava que fosse de contentamento para D.. Assim uma história confusa e de muita comichão, como eles mesmos o eram.
Quando se voltavam a ver, a coisa custava a arrancar; era um incómodo de bicho a morder ou de açúcar no corpo, sabe-se lá, um repente de língua afiada.
Depois o incómodo passava e estava na hora de novo adeus. Adeus, espera lá mais um bocado que tenho muitas mais abelhas para te atirar, um espinhito ou outro para lançar, junto com mel, perfume e umas palmadas nas costas.
Era uma mixórdia, uma espécie de amor platónico. Era isso, era um amor platónico pensava L. muitas vezes... mas arrepiava. Não era nada!
L. lá era dessas coisas?! Não era cá de amores sem línguas embrulhadas! E os toques e afagos? E os desejos e os calores?! Não...nada disso! Era assim mais...
...
- És feliz assim?
- Claro que sim! E tu, já encontraste a Felicidade?
- Huumm... acho que...
terça-feira, 1 de setembro de 2009
1:30 Está na hora!
- Juro! - dizia ele convicto, imaginando já todo o filme.
Na verdade, desde que entrara num filme, julgava-se muito conhecedor. Do quê? Não sei...
- A esta míuda, estás a ouvir mana, a esta miúda vou-lhe pôr uma motosserra nas unhas! Hei-de fotografá-la assim! Estás a ouvir mana?
Tudo era mana para ele. Até o amigo do lado.
- Estás a ver aquele palácio? Tu não sabes o que é aquele palácio, mana!
- Não... só lá durmo...
Impaciente, já só conseguia lançar umas respostas secas, olhando para o lado e imaginando com alguma satisfação o que faria se tivesse mesmo, naquele momento, uma motosserra nas unhas...
Ele, contrariado com a resposta, cuspiu um "pois, vais lá nas férias! O que não sabes é que aquilo está cheio de canhões!"
- Quem dera - pensa. Dava-lhe tão belo uso neste momento... Motosserra...canhão... estou indecisa. Pelo menos isto mantia-lhe um sorriso, embora já enregelado. A hora do pão quente aproximava-se e planeava grandes vinganças. Alguém tinha que lhe comprar o pão com chouriço...
quinta-feira, 25 de junho de 2009
Se bem que ainda hoje sou bem capaz de dar ao pedal e fazer a bela zombie dance a ouvir esta:
quinta-feira, 18 de junho de 2009
- Não, não...
- Vai desejar saco?
- Como assim?! Não dão sacos?!
- Esta é uma caixa ecológica, não fornecemos sacos gratuitos...
- Pronto, dê-me...ora deixe cá ver... 4 sacos deve dar!
Pi... pi... pi... (som irritante dos produtos a passar no scanner)
Mas temos também esta variedade de sacos ecológicos... pode mexer, ver a textura, a qualidade! Ora veja! Que jeitinho lhe dava um destes, hein?! E escusava de pagar destes plásticos mais fracos...
Pi... pi... pi...
- São $$$, por favor.
- Aqui está.
- Já agora, não deseja carregar o seu telemóvel?
- Não, obrigado.
- Vá lá...olhe que damos brindes!
- Sim, mas agora não m...
- Ora, sente-se aí no sofázinho, beba um chá. Então ouça lá, pode perfeitamente carregar aqui o seu telemóvel! ainda leva um brindinho maravilhoso consigo... quer coisa melhor?! E já agora que aqui está...
- Mas eu tenho alguma pressa em...
- Sim, sim, é um segundo apenas! Vou-lhe dar este folheto... a senhora não tem cartão J..., certo? Leva este folheto ali ao Balcão do cartão J... É só vantagens! E ainda lhe oferecemos um vale de compras no valor de $$, em compras com cartão J... com valor igual ou superior a $$!!
Bla bla bla bla...
- Desculpe, mas..tenho mesmo...
- Espere só um segundo! O seu código postal, por favor? É cliente J...? Onde faz habitualmente as suas compras? Bla bla bla... E os saquinhos ecológicos, não quer? de certeza? Veja lá se tem dedos para esses todos!! Um de rodas era bom para as costas! os de tecido estão na moda! Não quer, não? Mas espere! agora até temos um desconto todas as ..ª feiras para quem usar o cartão J...! pense bem! E não se esqueça do folheto!
(Claro que o sofá é delírio... mas já deve ter faltado mais! Devem saír caros...)
- Estou sim? É do serviço de urgências? Por favor, uma ambulância para o J..., que uma senhora desmaiou de aborrecimento...
terça-feira, 9 de junho de 2009
Expressões catitas (ou não) à parte, se há coisa que preciso mesmo é de dançar.
E há algo em comum entre mim e quem, de amizade, me é próximo! Sentimos essa necessidade e não temos pudores em fazê-lo. Dançar, entenda-se.
Não há cá abanar o pezito ao de leve, ou bambolear a cabeça languidamente ou fazer boquinhas ao som da música.
Saltamos logo para a pista, improvisada ou não, e por momentos pode parecer aos mais distraídos que estamos mesmo em pleno exorcismo ou algum ataque estranho. Quem sabe até um ataque de pulgas nervosas!
Podemos fazer as caras mais tontas, os gestos mais desadequados, suar as estopinhas, dar cabo das articulações destreinadas...mas nesses instantes devemos ser quem mais queima calorias pelas redondezas e quem vai mais feliz e satisfeito para casa.
Sim, que os acontecimentos por aqui são escassos e temos que aproveitar ao máximo.
Embora acredite que se fosse todos os fins-de-semana, valendo a pena, aproveitavamos igualmente...
E eu estaria tãããããoooo mais em forma!!!
sábado, 6 de junho de 2009
- Uma dor de barriga... fui ao Zé Manel dos Ossos... Aquele arroz de feijão, muito bom, sabe? Mas tenho barriguinha fraca... sabe? Pois... não dava... avisar na casa-de-banho... pareceu-me que não era de bom tom.
- Hoje foram problemas de família... nem quero falar nisso...terrível!
- Mas morreu alguém?
- Credo, não! (lá ia eu dizer algo assim...se depois morresse mesmo alguém, era o corroer dos remorsos)
- Mas tem que avisar! estão os colegas a contar consigo!!!! Assim não pode ser!
- Compreendo, compreendo... Mas nem pensei, terrível, terrível! Bem, tenho que ir, estou atrasada.
- Uma enxaqueca... ui!
- Vinha a caminho, quase a chegar, vem um carro... SPLAAASH! Toda emsopadinha...ir a casa, secar-me, vestir outra coisa... quer dizer, não deu..
- Fiquei retida no wc...
- Outra vez???
- Não...desta vez não conseguia...
- Grfnh....
- Estou internada.
- Então??
- Estou.... FAARTAAAAAA!
quinta-feira, 14 de maio de 2009
sexta-feira, 8 de maio de 2009
Os Anos de Ti para Mim
pões a mesa do nosso amor: uma cama entre o verão e o
outono.
Bebemos o que alguém preparou, que não era eu, nem tu, nem
um terceiro:
sorvemos um último vazio.
Miramo-nos nos espelhos do mar profundo e passamos mais
depressa um ao outro os alimentos:
a noite é a noite, começa com a manhã,
é ela que me deita a teu lado.
Paul Celan, in "Papoila e Memória"
Tradução de João Barrento e Y. K. Centeno
quinta-feira, 30 de abril de 2009
quarta-feira, 29 de abril de 2009
Não me reconheço é noutras horas, na descrição alheia, no que leio secretamente.
Reconheço-me na minha intenção, nas minhas palavras, no que sinto.
Não me reconheço quando me deturpam intenções, palavras ou sentimentos.
Novidade? Não, é certo...
Então cá vão as novidades:
Às vezes apetece-me esganar pessoas!
Mesmo as que gosto.
Mas principalmente as que não gosto. Ok, a essas não é só esganar, é pisar os pés bem pisadinhos (esperem lá, isto era umas das técnicas para meter conversa com alguém...).
Às vezes tenho acessos de raiva e, fujam porque, sou capaz de arrancar olhos.
Sou uma lamechas quando me dá para tal; coisa a que poucas alminhas têm acesso.
Sempre tive uma paranoia... ok, várias, mas esta é mesmo mesmo mesmo muito estúpida: sempre achei que uma boa vingança de uma rapariga seria esquartejar-lhe bem o cabelo... adorava poder fazer isso...mas nos dias de hoje, com tanto desastre capilar, digam lá; compensaria?!
Tenho a sensação que fui talhada para muita coisa, mas que o trabalho ficou a meio caminho... Gostava de fazer muita coisa e parece-me que não vou poder fazer de nenhuma delas vida.
Odeio o que faço.
Sinto-me limitada, a estupidificar e sem dúvida que a minha vontade de esganar pessoas aumenta a olhos vistos.
Pronto... talvez muitas destas coisas também não sejam novidade.
Mas eu quero lá saber!
Querem uma pisadinha num calo?
Então "deslarguem-me"!!!
sexta-feira, 24 de abril de 2009
quarta-feira, 22 de abril de 2009
Tshc tshc tshc tshc (coçadela de cabeça)
Grrrrraaauffffff (puxadela de escarro bem nojenta)
Humppfff... (suspiro enojado)
Pi pi pipi pii pi pi, triliimmlimlimmm (som de telemovel num jogo qualquer)
Shlhic shlhic shlhic (mascar pastilha)
Prrrliiiiiimiiimm (sms a chegar)
Bfffff (bufo de quem está farto de esperar)
Aaaaaaaaatchiiiiim! ( preciso dizer?!)
Vvvvvvvtt vvvvvvvtt (arrastar impaciente de pés)
Uoaaaaaoooo... (bocejo)
quarta-feira, 8 de abril de 2009
Não fossem os planos malévolos de Solitudina Arranca-Olhos. Arranca-Olhos, para os amigos.
Tinha ficado num quarto manhoso com direito à utilização de um wc que em nada ficava a dever aos wc's públicos de rodoviárias, mas era a única solução.
Na noite anterior mal tinha dormido, entre rabiscos estratégicos para uma perseguição segura e discreta e formas fantásticas e pouco atraentes de acabar com as ameaças.
No fundo sabia que o que interessava não eram tanto as ameaças, mas sim como Esfregôncio Bem-Estar reagiria às mesmas... Aí os planos mudariam radicalmente e eis que a vítima sofreria inimagináveis torturas. Mais que não fosse o desprezo, a pior de todas.
Mas até lá, como a vida lhe andava a pisar muito calo e Solitudina não suportava dores no dedão, apetecia-lhe mesmo era uma boa chacina.
Claro que depois do pequeno-almoço, a dose extra de chocolate no leite amainou-lhe os ânimos e os planos reduziram-se a uma perseguição que, a matar por matar, seria apenas a curiosidade.
Nesse dia o plano cingia-se à saída do trabalho/exploração...
Estaria escondida atrás do quiosque; aquele que vendia revistas pornográficas, com imagens de mulheres nos seus 60 anos... (o amor não escolhe idades e o sexo também, ora!), e após franzir o sobrolho várias vezes perante tais capas de revista, o alvo de perseguição saíria do prédio em frente.
E assim foi...
De bicos de pé, apenas o esquerdo, porque infelizmente o direito era teimoso, foi-se escondendo nas entradas de prédios e pingo doces, mini-preços e afins. Ainda se escondeu no meio de um grupo de chineses que visitava a cidade (desde que participara num videoclip baseado no ambiente do "In The Mood For Love" devia achar que passaria muito bem despercebida), mas logo teve que abandonar este disfarce, pois Esfregôncio já ia longe.
Até agora nada a apontar, apenas uma tipa de mamocas bem ao léu, com camisa aberta até ao umbigo. Solitudina olhou, várias vezes... mas felizmente Esfregôncio não gozou deste regalo à vista pois tinha deixado caír o seu bilhete de metro quando ela passou.
Mas o dia não tinha acabado e ainda Solitudina Arranca-Olhos carregava o seu bilhete, já Esfregôcio Bem-Estar entrava no metro!
Ainda correu, mas tropeçou num daqueles bonecos amarelos que supostamente ladram, enquanto abanam a cauda e a cabeça, estatelando-se no fundo das escadas, com uma sabrina caída ao lado da sua cabeça...
Esfregôncio ainda ouviu um grito de dor e frustração; pareceu-lhe familiar...mas pensou: "Oh...são só saudades..."
segunda-feira, 30 de março de 2009
- Então, onde é que a senhora caíu?
- No chão, Sr. Doutor.
Parece uma daquelas péssimas anedotas, mas não...
- Esta veia também já foi... tentemos outra... Ups! Também não dá... Mais uma tentativa.
- Agora é que é caso para cantar: É picada de enfermeeeeiiirooooo...
Haja bom humor, senão está tudo f*****! O que vale é que estas velhotas são "rijas"!
- Houve um dia que deixei a dentadura num guardanapo, quando cheguei...já o cão ma tinha tirado de lá... faltava-lhe já um pedaço.
Oh Jesus!!!
Tirar pêlo do sobrolho ao som da missa domingueira na TV também não é um sonho...
Nem acordar pela matina com o sol nas trombas, nem os tons pastel, nem comida sem sabor, nem luzes acesas durante a noite sem se contar, nem termómetros a toda a hora, nem não poder tirar o rabo tronchudo da cama, nem os pijamas de cueca ao léu, nem virar um passador depois de tanta picadela nos braços e mão que o raio das veias são secas e pecas, nem lavar a cabeça só com uma mão, nem ter que comer e escovar dentes e cabelo com a esquerda (pelo menos exercita-se o cérebro), nem levar com visitas indesejadas, nem levar com visitas alheias, nem poder ler até às tantas ou adormecer com o tédio da TV, ... nem o cataninho mais velho!
Raio mais à prenda de aniversário mais indesejada que alguma vez tive... PFFFF!
Honestamente, nunca pensei que passar dos 30 aos 31 fizesse tanta mossa!
(Agora rio-me...)
sábado, 21 de março de 2009
quarta-feira, 11 de março de 2009
E de repente dá consigo a caminhar por acaso.
Não necessariamente ao acaso, entenda-se. Mas por acaso. Tal como poderia estar sentada ou em pé, ou parada... mas não, caminha, por acaso.
Nada a move, caminha apenas, por acaso.
...
E por acaso ler tantas vezes a palavra acaso está-me a irritar.
E por acaso também me está a apetecer mandar tudo as "cucúias"!
Não sabem o que é isso?!
Por acaso eu também não... mas estava a evitar dizer que me apetecia mandar tudo à merdinha.
quinta-feira, 5 de março de 2009
Pit Bola e RotBolas de Pêlo, são duas cadelas ferocíssimas! Um perigo, estes bichos!
Mas tenho este desejo de um dia poder ter também um felino.
Até já tenho ideias para nomes!
Mas como não sou invejosa, e já que Sonharino partilhou comigo, vou também eu partilhar a fórmula para um nome realmente pomposo ou "cutchi cutchi" ou... o que queiram.
Basta cuscarem por estas bandas, e fazerem experiências:
http://www.geocities.com/debverhoeven/cats/namemachine.htm
Eu já tenho umas pérolas:
Aborrecimento
Enfado
Bocejo
Bater o pé
Sorriso amarelo
Estejam à vontade para, a partir destas palavras, formar uma bela poesia sem rima, um texto sem pés nem cabeça ou abanarem a cabeça e pensarem:
Tsc Tsc Tsc...agora é que foi... Ficou xoné de vez!
É verdade... Se não fiquei, para lá caminho!
Vá, e nada de se aproveitarem para adicionar nomes!
É que para além disto posso acrescentar Psycho Killer!!
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
Anoitecia e Circulina suspirava enquanto afagava o pêlo de Pit-Bola.
Nunca fora rapariga para grandes lágrimas. Tinha tendência para desidratar e beber pouca água, logo, não lhe parecia seguro nem correcto desperdiçar fluídos desta forma.
No entanto estava prestes a ser capaz de abrir uma piscina dentro da própria casa... Ou pelo menos assim lhe parecia, pela sensação de sufoco, afogamento ou o que quer que fosse, que neste momento a invadira de forma tão abrupta.
Pit-Bola sabia. Sabia, sentia... E ambas se consumiam.
O plano para atacar prateleiras e assaltar supermercados tinha falhado... Pit-Bola já não era ameaça e Circulina perdera a motivação.
Circulina às vezes pedalava acompanhada de Sonharino e muita fúria.
Pedalava até quase cuspir o seu pulmão intacto. E fazia de conta que era o vento que lhe deixava os olhos encarniçados, raivosos, lacrimejantes...
Chegava sempre a casa ansiosa, após 3000 telefonemas que lhe arranjavam ainda mais espaço dentro do porta-moedas e pouco ou nada a descansavam.
Mas guardava sempre o seu melhor sorriso, a sua melhor coçadela de lombo, o seu melhor mimo e voz patética para consolar o seu tortulho, Pit-Bola de seu nome, que lhe agradecia de olhos confiantes e um rosnadinho baixo mas muito seu...
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
A dor não me pertence.
Vive fora de mim, na natureza,
livre como a electricidade.
Carrega os ceus de sombra,
entra nas plantas,
desfaz as flores...
Corre nas veias do ar,
atrai os abismos,
curva os pinheiros...
E em certos momentos de penumbra
iguala-me à paisagem,
Surge nos meus olhos
presa a um passaro a morrer
no céu indiferente.
Mas não choro. Não vale a pena!
A dor não é humana.
José Gomes Ferreira
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
vou atirar com um...
Era uma vez...Gamância Fugitina
E a sua perigosa canídea, Pit Bola,
Que embora pequenina,
Não regulava muito da tola.
Gamância cansada de ouvir falar
De desemprego e bolso roto,
E Pit Bola preocupada a magicar
No que não lhe passaria mais no goto,
Uniram suas "fomes" e concordaram
Assaltar restaurantes e mercados,
Lojas gourmet e outros achados.
Só de plano traçado é que pararam.
Para Pit Bola isto era um sonho,
E já sentia a comida no estreito.
Para Gamância era um feito
Que prometia um futuro risonho!
O plano era simples e muito eficaz:
"Ou me dão já da caixa o dinheiro,
Ou Pit Bola faz do sítio um cabaz
E nem escolhe o que come primeiro!"
Não haveria quem resistisse!
Tal era a gana do feroz canídeo,
Primeiro papava a câmara de vídeo
E ai de alguém que a impedisse!
Mesmo sem dentes da frente,
O olho de Pit Bola saltava!
Passar prateleiras a fino pente,
Era o que mais ambicionava.
Enquanto se limpavam os trocos
Para o bolso de Gamância,
Pit Bola papava os flocos
Com toda a pompa e circuntância.
E se, convicta, Pit Bola mastigava,
Já Gamância sentia uma coisa esquisita;
É que paracia que algo molhava,
Sem razão aparente, a sua orelhita...
Acordou de repente e num susto,
Com Pit Bola deliciada a sonhar
Que a sua orelha era um manjar.
E só de lá a arrancou a custo!
Pit Bola atordoada, desvairada,
acordou também desse sonho...
Digo eu... estaria ela acordada?
Eu cá, no fogo, a minha mão não ponho!