segunda-feira, 30 de dezembro de 2013


Há uma página no Facebook que costumo acompanhar, dedicada ao maravilhoso sentimento que é o Ódio.
Chama-se Odiário.
Maravilhoso porque cheira-me que poucos o conhecem na verdade, mas usam tal palavra com tanta frequência como mudam de peúgas. Talvez mais...

E porque estou eu a destacar semelhante página deste antro social? Porque tenho tanta matéria para lá colocar... assim, de ânimo leve mas com menos frequência do que a muda de peúgas, vá!
Mas o problema é que não sou sucinta.
É sempre um escrevinhar imenso para explicar tão pouco...

E deparei-me com esta dificuldade ao lembrar-me de um belo tema para o Odiário.
É que eu odeio estas pessoas que "berram" por tudo o que é rede social o quanto odeiam o Natal.

O Ódio é ter que levar com postagens atrás de postagens a dizer que odeiam o Natal, seguidas de umas fotos com os filhos, o cão, o piriquito, mais as filhoses, o copo de whisky e o carago, com pausa para mais uma postagem a dizer que o Natal é uma merda, uns vídeos musicais com teor agressivo sobre o Natal, mais umas fotos a oferecer o arroz doce e a fatia dourada que se fez a mais para quem queira ir petiscar, assim, de portinha aberta, qual espírito natalicio... ai, não, espera!! Foda-se! Que odeiam o Natal, deixa cá postar agora uma foto ordinária com uns asneirões valentes e o Pai Natal é um gordo filho da p*#$*# ...

Ok. Vêem a minha dificuldade...  Eu não consigo resumir este meu ódio a uma pequena frase.
Eu mal consigo respirar a escrever!
E no meio desta salganhada toda, juro, ainda os vejo desejar Boas Festas e coisinhas felizes e pipipipi... lalalalala...

O Ódio é ter que sirigaitar de um lado para o outro porque alguém faz disto uma data importante ou deixar de sirigaitar exactamente pelo mesmo motivo. Eu nem precisei, felizmente, de me mexer mais que o habitual..

O Ódio é levar com o espírito de porco desta gente que anda mal humorada, no fim de lançar sorrisos colgate fora de prazo, a desejar feliz natal, a si e aos seus, e beijinhos de biquinho, mais as gastações que se choram e a prenda que não era bem e o outro que não quer ir que não tem prenda para dar, mais as irritações do corre-corre e o irem para as compras à ultima da hora e queixarem-se dos que foram às compras à última da hora, a "famelga" aos molhos a sujar e poucos a limpar, mais os atrasos, como se alguém fosse apanhar o comboio antes do lanche e o filho da mãe do cão que não se cala...

Sugam qualquer disposição morna, assim-assim, que "não esquenta nem arrefenta"
Calai-vos todos, caramba!

Eu não odeio o Natal. É-me indiferente. E também lhe devo ser indiferente.
Essa minha noite começou comigo de esfregona em punho.
O que eu odiei nisso? Não foi o Natal, na certa...
Foi eu molhar as peúgas, ter que arredar moveis, ver a gata a fazer derrapagens e a espalhar patinhas por toda a casa, morar numa casa minúscula, velha e que não segura as águas.

De resto, colei-me ao jantar da mamã, como me é comum em muitas noites, comi, regressei ao quente e tive a habitual insónia, que se podia manifestar apenas no Natal, mas que trata esta noite como eu - como qualquer outra noite.

O Ódio é levar com tanto queixume de pessoas que não sabem estar umas com as outras em altura nenhuma do ano e usam o Natal como desculpa.

O Ódio são as pessoas.

Plim!



(A Felicidade foi receber uma garrafa de licor Beirão. Shiu!)



(O Ódio é eu não saber escrever resumidamente e cheia de pinta!)

4 comentários:

Post-It disse...

E que canseira explicar isso aos haters. Uma pessoa não se amofina com o que lhe é indiferente, "penso eu de que" - como diz o outro... há tanto amor nestes ódiozinhos, que só um cego não vê :p

Ninguém disse...

Aiiii, eu sei lá, eu sei lá... Agora começa a febre de 2014. Vai ser outro desfilar e parvoeira.

Mal por mal, venha o Carnaval! Sempre posso botas máscara, que gosto tanto.

Post-It disse...

Viemos lentos até aqui e, no final de contas, um ano passa a correr... eh eh eh
Opá, a sério... para quê concentrar o mau humor numa data específica? Mais vale dançar e rirmos do que pudermos.
:p

Ninguém disse...

Sempre que posso. Que tenho medo de enferrujar. ;)