Recusam-se ambos os convites para jantar: dela e dele.
Porque não me aguento nos saltos.
E tenho uma malha nos collants.
Parece que com collants às bolinhas também sou invencível. O mesmo não se pode dizer dos collants. Esses morreram mal nasceram.
Se eu andasse por aí viva, não apenas invencível, mas viva, estava-me bem marimbando para a malha nos collants.
Mas vim para casa.
Trocar os sapatos.
Pôr verniz nos collants (que morrem quando eu quiser, mesmo que me deixem chateada).
Alimentar a gata.
E recolher-me na compreensão de que estou agoniada por mim e por todos os que se encontram mortinhos por dentro.
Que tentam ver algo bonito e dão de caras com o outro, que os desperta apenas para a sua finitude e todas as coisas que dão lugar à pena. Pena deles e de si próprios. Pela sua incapacidade.
Pelo constante desencontro.
E é assim. Um dia já foi. E nada aconteceu.
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