sexta-feira, 28 de março de 2014

quarta-feira, 26 de março de 2014

Diz Adília Lopes

Nunca fodi. Mas não me importo de morrer sem ter fodido. Apaixonei-me. E ninguém por quem eu me tenha apaixonado se apaixonou por mim. Acho horrível uma pessoa foder sem estar apaixonada. Acho horrível uma pessoa nunca ter se apaixonado. Acho que é o pior que pode acontecer a uma pessoa. Não é nunca ninguém ter se apaixonado por nós. É tão horrível alguém apaixonar-se por nós e nós não podermos corresponder. As paixões desencontradas são como as cabeças trocadas.
 *
Posso morrer porque amei e porque fui amada. Gostei de homens, de mulheres, de velhas (de velhos não), de bebés, de bichos, de plantas, de casas, de filmes, de concertos, de quadros, de teorias, de jogos, de pastéis de nata, de jesuítas, de russos, de hamburguers, de Paris e de Londres.  Nunca fui a Nova York e gostava de ir, mas não me importo de morrer sem ter ido. Também nunca tive um orgasmo, mas posso morrer sem nunca ter tido um orgasmo. Não me arrependo de nada. É claro que Nova York não se compara com um orgasmo. Um orgasmo é muito mais importante.
 *
Para foder, nestes tempos que correm, parece que é preciso um escafandro. As pessoas pensam muito em foder. E sofrem muito quando não fodem. Quem não pensa em foder está fodido. Mas as pessoas fodem e não são felizes.
 *
O deserto está perto. Sempre. Mas o deserto é fértil.
 *
Pateta, patética, peripatética: eu.

Do livro Irmã Barata, Irmã Batata (2000).  Adília Lopes

Por vezes questiono-me...

... parecerei eu, um daqueles bonecos "engraçadinhos" de borracha ou um qualquer bibelot ou quem sabe um qualquer brinquedo que anima qualquer festa?!

For God Sake...

terça-feira, 25 de março de 2014

A Náusea

Foda-se!

Não me ocorre escrever mais nada.
Há dias do carago em que determinadas pessoas não se deviam cruzar connosco. Blhargh!

sábado, 22 de março de 2014

Dizia Mário Quintana, no ano em que nasci...


Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão...
Eu passarinho!
 
(Prosa e Verso, 1978)




Os 35 já lá vão e com eles conto deixar as pragas que me roubaram minutos dos ditos. 
Os 36 serão melhores. Bem melhores.
(ou querem que eu arranque olhos?!)

quinta-feira, 20 de março de 2014

Sweet Memories

guardar

envelopes
papeis com lacre com direito a inicial
cordeis
laços
insignificâncias várias

devia estar reservado
apenas para as idades miúdas

em que o suspiro
não sendo retribuído
passa mais rápido
que um arroto
pós-coca-cola.


segunda-feira, 17 de março de 2014

I´m in the mood for Murder

Enquanto as imbecis das vizinhas assassinam com voz de bezerro na matança as únicas músicas aceitáveis que passam além parede, eu escolho as armas para acabar com o sofrimento.
Sim. Estas matam vampiros... mas da forma como estas tipas me sugam a paciência, é melhor não deixar nada ao acaso.



sábado, 15 de março de 2014

O sal.
Do sal.
Com sal.
Sei la.

Estar mortinha ou mortificada.
Vá o Diabo e escolha.
Só não me ponham ao volante que já não conduzo há muito tempo.
É isto.

quinta-feira, 13 de março de 2014

Shiu!

I watch from a tower in the back of my mind
I watch from a window as the living walk by
Down below
Walking with quiet dreams
Walking out quiet day
And in my head
I might be sorry it makes no difference now
I might be wishing I had someplace to go
Hit the streets
Out in search for the self that has left me lying
And I never seem to notice
It's too late before I know that all
The love inside has been empty
The world we made has been ending
And like a ghost that hangs around and won't forgive its earthly sins
I've carried on this love for you
It's how my body lives

My darling
How are you?
How have you been lately?
I only seem to speak to you of superficial things

Creator, you destroy me
You know my hunger well
And yet you starve me
Until I'm begging on my knees

And these are a few of very many things
I can't begin to say out loud
If only this song could carry us on
But I know I'm only entertaining myself

I felt that even after I've been stripped of all my pride
There still remains a place for you to crawl up inside
To crawl up inside
To crawl up inside
And I'm out of my mind
Out of my mind
Murderous bitch I'm out of my mind
I'm out of my mind
To be in love with you
The way that I'm in love with you
The way that I'm in love with you

Fuck this and everything we've done
Fuck you
Fuck you and your lies



terça-feira, 11 de março de 2014

Tenho um amigo daqueles que quero guardar para a vida.
Às vezes não sei bem porquê... Passámos a comunicar meio às escondidas, num trocar de mensagens ou mails "higiénicos", passámos a "não poder" frequentar os aniversários um do outro e, na verdade, acho que passámos a ter pouco a dizer um ao outro. Talvez nada.
Hoje tropecei numas fotos nossas. Tínhamos um ar perfeitamente feliz, leve, arejado, de quem pouco teme nesta vida e pouco tem com que se chatear.
Sim, acontece a todo o bicho careta. Mas foi nas nossas fotos que tropecei.
E fiquei ali, entre a pressa de quem tinha que se pôr a andar e a vontade de as vasculhar todas.
E a vontade de as partilhar com ele. E com quem nos acompanhava.
Diz que isto chega com a idade. Mas eu acho que é outra coisa...
Os amigos deviam ser para a vida. Estar presentes. Serem em todos os momentos, mesmo que na ausência física.
As afinidades deviam servir para alguma coisa. As saudades deviam ser mortinhas... Os momentos deviam ser recordados.
Nem toda a gente aprecia as mesmas xaxadas, os mesmos filmes bons e merdosos, a mesma música, o mesmo humor imbecil. As pessoas querem-se bem por alguma coisa, não?!  Oh hum.
Acho que ando uma lamechas.

Tenho que ir ver em que dia do mês estou.
(tinha que dizer alguma merda parva! já estava a meter um bocado de nojo...)
uma
arma
que
mate
esta
"coisa"
de
uma
vez
que

não
suporto
a
náusea.

segunda-feira, 10 de março de 2014

Deixem-me...

... que estou só a ter os últimos fanicos, rumo à liberdade. Que já me faz falta.


Precisava de levar os olhos a banhos...


da frustração de não saber desenhar

Ando agarrada à caneta e lápis e sei lá que mais, com unhas e dentes. Nem tanto... com as mãos! assim é que é.
É um desgosto dos diabos, não ter a capacidade de colocar em papel, todo este mundo que trago no miolo.
É uma imaginação e pêras, isto... mas desenhar, 'tá qu'eto!

Grande merda, é o que vos digo!
Valha-me caír aqui apenas meia dúzia de gatos pingados, metade dos quais por engano e que não me conhecem de lado nenhum (abençoadinhos) e poder postar as ranhosices que vão saindo.

Mas um dia aprendo!!

isto


... é deixar o passado onde deve estar.
cheira a mofo e diz que faz mal à saúde, quando já está degradado.
guarda-se o que de melhor tem. a música. sempre.


quarta-feira, 5 de março de 2014

Tolices de fedelha

Roubei esta tolice da net, não me perguntem de onde... (sim, estão mortinhos por saber)

Tive que acrescentar 2ª versão em baixo, porque definitivamente eu não encaixo no 1º caso.
A única diferença, quando muito, poderá ser na indumentária, que a forma como eu ando por casa... Dear God!
(Sim, caros ex-amante, ex-namorado e ex-coiso, eu consigo ser mais descabelada que aquilo,  vestir pijamas mais foleiros e meias então, nem queiram saber...)
Assim sendo, o meu caso é o de baixo. Excepto a parte de rastejar pelo chão.
Se não recordarmos "aquele" fim de ano, em que escorreguei no vinho que tinha a mais pela goela abaixo e que os outros, em vez de beber, deixaram deslizar para o chão. Qualquer coisa assim.
Quero continuar a convencer-me que foi uma queda cheia de pinta, mas as dores do dia seguinte que me obrigaram a voltar a esta cidade querem provar o contrário. Pormenores!
O que interessa mesmo é que eu faço figuras a dançar e gosto. Desde que não caia.


Mais um "Sei que..."

... sou uma valente fedelha quando, após aquecer demasiado o leite, o despejo na caneca, sai uma nata nojenta, enorme, encorpada e eu solto alto e bom som um tremendo "BLHEEAAAAAH!!" A vantagem de viver sozinha: ninguém tem que assistir a isto. Que é como quem diz, não há testemunhas. (a gata compro-a com biscoitos ou migalhas de pão)

segunda-feira, 3 de março de 2014

Devo ter (mais um) problema

Estou-me a borrifar para o que levam vestido as gentes dos Óscares... Na verdade nem ligo a tv para tal coisa. Apre... uma pessoa cheia de insónias a ver se ronca e no vislumbre da net só vê gente excitada com este assunto. Se calhar é esse o meu problema; se visse, adormecia em menos de nada.

sábado, 1 de março de 2014

Tenho saudades de rumar ao Norte.
De ir ao Fantas e deitar-me de manhã depois de rir estupidamente de filmes estapafurdios com os meus.
Sim, os meus. Expressão que incomoda a alguns, não sei porquê.
Há pessoas que são as nossas... não interessa a chatice, a distância e o catano.
Sei lá... deve ser das memórias que se fizeram e mantêm.
Tenho saudades disso, de comer bolachas ao chegar e nos distribuirmos como podíamos pela casa.
Tenho saudades de rumar a Sul. Passear pelos montes de tralha, de fotografar parvoeiras, de ouvir tocar viola a horas tolas, de dormir naquele "meu" quarto, de passear de meias, sair ali para perto que é tão longe, fazer listas de locais, ir só a metade, fazer a panela da sopa para os dias de "lanzeira", de aparecer alguém à socapa, de juntar a tralha comprada em cima da cama, mais as gulodices esquisitas e ficar deliciada a olhar, mesmo antes do suplicio de imaginar o que é enfiar tudo de volta na mala e carregar, de sentir a náusea do voltar...
Acho que tenho saudades de mim, que fiquei perdida algures, nem a norte, nem a sul, nem ao centro.
A flutuar algures e não há meio de aterrar.
Estão fartinhos de fazer pontaria...

Você Decide!

Entre apaixonar-me
e ter uma constipação

escolho a constipação.

Passa mais rápido
faz menos estragos
e resolve-se com comprimidos,
chá de limão, mel e gengibre
e pouco mais.

Consome igualmente imensos lenços de papel.

(ando uma praga, eu)
(ler com algum humor, ploamordasanta!)

E dizia Jorge de Sena

– Meu corpo, que mais receias?
– Receio quem não escolhi.

– Na treva que as mãos repelem
os corpos crescem trementes.
Ao toque leve e ligeiro
o corpo torna-se inteiro,
todos os outros ausentes.
Os olhos olham no vago
das luzes brandas e alheias;
joelhos, dentes e dedos
se cravam por sobre os medos…
Meu corpo, que mais receias?
– Receio quem não escolhi,
quem pela escolha afastei.
De longe, os corpos que vi
me lembram quantos perdi
por este outro que terei.