terça-feira, 31 de dezembro de 2013

When Man Enters Woman

When man,
enters woman,
like the surf biting the shore,
again and again,
and the woman opens her mouth with pleasure
and her teeth gleam
like the alphabet,
Logos appears milking a star,
and the man
inside of woman
ties a knot
so that they will
never again be separate
and the woman
climbs into a flower
and swallows its stem
and Logos appears
and unleashes their rivers.

This man,
this woman
with their double hunger,
have tried to reach through
the curtain of God
and briefly they have,
though God
in His perversity
unties the knot. 
Anne Sexton

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Fim de Ano à Porta.

Vou usar visão selectiva quando aceder à internet.
Agora começa outra enchente de baboseiras e raivinhas.

Eu só espero não me engasgar com as passas.
Sim, que sou das parolas que come passas e realmente pede desejos ao comê-las... Um deles é que não lhes sinta o sabor, o outro é não me engasgar com elas.
Deixo ainda um, pelo sim pelo não, dedicado a que haja alguém presente que saiba a técnica de Heimlich para o caso do segundo desejo não se concretizar.
Isto porque se tentar ensinar a técnica antes das badaladas sou bem capaz de ser colocada num lugar "especial". e por amor de deusinho, encontrem-me o umbigo rápido, para fazer a pontaria decentemente!! Juro que levo roupa que não atrapalhe.
Sobram-me assim poucos desejos e tenho sempre a sensação que me estou a repetir.
Nem sei o porquê do trabalho... acho que é só porque nos fazem sempre rir, estes momentos... e porque é uma boa desculpa para depois emborcar qualquer coisa para empurrar o raio das passas que ficaram entaladas.

Acaba assim mais um ano, começa outro, nem vou dar conta, que vou estar a comer, a beber e a dançar, como sempre, havendo oportunidade, já que a vida é isto. Pelo menos nos intervalos.


Há uma página no Facebook que costumo acompanhar, dedicada ao maravilhoso sentimento que é o Ódio.
Chama-se Odiário.
Maravilhoso porque cheira-me que poucos o conhecem na verdade, mas usam tal palavra com tanta frequência como mudam de peúgas. Talvez mais...

E porque estou eu a destacar semelhante página deste antro social? Porque tenho tanta matéria para lá colocar... assim, de ânimo leve mas com menos frequência do que a muda de peúgas, vá!
Mas o problema é que não sou sucinta.
É sempre um escrevinhar imenso para explicar tão pouco...

E deparei-me com esta dificuldade ao lembrar-me de um belo tema para o Odiário.
É que eu odeio estas pessoas que "berram" por tudo o que é rede social o quanto odeiam o Natal.

O Ódio é ter que levar com postagens atrás de postagens a dizer que odeiam o Natal, seguidas de umas fotos com os filhos, o cão, o piriquito, mais as filhoses, o copo de whisky e o carago, com pausa para mais uma postagem a dizer que o Natal é uma merda, uns vídeos musicais com teor agressivo sobre o Natal, mais umas fotos a oferecer o arroz doce e a fatia dourada que se fez a mais para quem queira ir petiscar, assim, de portinha aberta, qual espírito natalicio... ai, não, espera!! Foda-se! Que odeiam o Natal, deixa cá postar agora uma foto ordinária com uns asneirões valentes e o Pai Natal é um gordo filho da p*#$*# ...

Ok. Vêem a minha dificuldade...  Eu não consigo resumir este meu ódio a uma pequena frase.
Eu mal consigo respirar a escrever!
E no meio desta salganhada toda, juro, ainda os vejo desejar Boas Festas e coisinhas felizes e pipipipi... lalalalala...

O Ódio é ter que sirigaitar de um lado para o outro porque alguém faz disto uma data importante ou deixar de sirigaitar exactamente pelo mesmo motivo. Eu nem precisei, felizmente, de me mexer mais que o habitual..

O Ódio é levar com o espírito de porco desta gente que anda mal humorada, no fim de lançar sorrisos colgate fora de prazo, a desejar feliz natal, a si e aos seus, e beijinhos de biquinho, mais as gastações que se choram e a prenda que não era bem e o outro que não quer ir que não tem prenda para dar, mais as irritações do corre-corre e o irem para as compras à ultima da hora e queixarem-se dos que foram às compras à última da hora, a "famelga" aos molhos a sujar e poucos a limpar, mais os atrasos, como se alguém fosse apanhar o comboio antes do lanche e o filho da mãe do cão que não se cala...

Sugam qualquer disposição morna, assim-assim, que "não esquenta nem arrefenta"
Calai-vos todos, caramba!

Eu não odeio o Natal. É-me indiferente. E também lhe devo ser indiferente.
Essa minha noite começou comigo de esfregona em punho.
O que eu odiei nisso? Não foi o Natal, na certa...
Foi eu molhar as peúgas, ter que arredar moveis, ver a gata a fazer derrapagens e a espalhar patinhas por toda a casa, morar numa casa minúscula, velha e que não segura as águas.

De resto, colei-me ao jantar da mamã, como me é comum em muitas noites, comi, regressei ao quente e tive a habitual insónia, que se podia manifestar apenas no Natal, mas que trata esta noite como eu - como qualquer outra noite.

O Ódio é levar com tanto queixume de pessoas que não sabem estar umas com as outras em altura nenhuma do ano e usam o Natal como desculpa.

O Ódio são as pessoas.

Plim!



(A Felicidade foi receber uma garrafa de licor Beirão. Shiu!)



(O Ódio é eu não saber escrever resumidamente e cheia de pinta!)

Está quase aí qualquer coisa

Diz que o Natal é vítima de ódio.
E que o fim de ano... coiso.

Pois, não sei. Eu cá acho chato é enganar.me depois a escrever a data.
De resto... enquanto não acabar o chocolate e a musica, estou exactamente na mesma.
E vinho. E uns licores, vá...

Tomai musica - em doses excessivas, diz que faz bem à alma. E cura temporais de miolo.
A mim, põe-me o corpo em temporal. mas do bom.

domingo, 29 de dezembro de 2013

Pim Pam Pum Ouch!

A
falta
de
interesse
por
Ninguém
que
parte
de
alguém
por
quem
Ninguém
se
interessa
é
assim
uma
coisa
aguda
como
ponta
de
faca
que
dança
entre
os
dedos
de
quem
sofre
de
membrana
interdigital

é
isto.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

do parar em sossego...

... e mais uma tuta e meia que não se diz.



batucam cá sempre as mesmas,
mas há as que são sempre mais que todas as outras.

E disse eu para R.

é uma montanha-russa, sem pagar bilhete, mas com o estômago na boca. é isto, o que é.

Muda de Vida, cantava o outro

Que a vida não é isto - não pode ser;
sei-o eu
e sinto um peso,
uma quase necessidade de pedir perdão
a quem é a vida em mim,
por ser ingrata.
Mas isto não é, não pode ser, a vida.
Não o é para mim, na certa, que batalho
em guerra muda,
em estado aparente de dormência ou euforia,
que sou a desenrascada, que se safa,
a criativa de viver por um fio.
Mas o equilíbrio e o desequilíbrio andam há muito de mãos dadas
e quase jurava que já trocaram anéis
O fio é fino, está gasto,
a idade enfraquece o lançar de cabeça
e começo a dar conta da dureza do chão.
Que a vida não é isto, nem pode ser! - sei-o eu.
E recuso-a.
Numa batalha cada vez maior
contra mim, contra a explosão que se adia
não sei por quanto mais tempo.

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Espírito Natalício VI

O Ódio é descobrir que tenho uma piscina interior em casa. DAMN!!!
Um sonho, esta época. vou ali tilintar uns copos.


E isto foi roubadissimo DAQUI

Try walking in my shoes...

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Do não me reconhecer...

De repente dou comigo supersticiosa.
Como se guardar algo para mim; como segredo que se deve manter pela eternidade; me permitisse abrir os olhos e encontrar tudo intacto. Tudo ali, sem mácula, sem estrago, sem fuga...
Como se partilhar algo - deixar fugir o segredo entre euforias, copos e necessidade de explodir - me fizesse, num catrapiscar de olho, perder tudo... acenar já longe, como perda esperada numa despedida começada antes da chegada.
Diz-se que morri por muito tempo e que já não sei cá andar.
E nunca tive jeito para pairar...

sábado, 21 de dezembro de 2013

Famílias disfuncionais, para que vos quero.

No funeral da minha avó paterna um tio com tendência para a imbecilidade achou que era um bom momento para me perguntar de filhos. - acho que já aqui o referi.
Quando chegava a minha vez!
Não me viu ali com ninguém - na verdade ele mal me vê a mim, como aliás todas aquelas gentes -  mas achou que à parte de desconhecer a minha vida pessoal, profissional e sentimental, era mais que hora de eu ter bebés e quis sublinhá-lo na sua natural estupidez e cretinice.
Porque sim!
Porque era ali um desfilar de crianças entre choros e terra para cima do caixão e eu reparar nas unhas da minha falecida avó e eu cá não tinha nenhum ser ranhoso e de fraldas ao colo a combinar com o cenário.
Além do mais, estou mais que na idade! Seja lá o que for que isso quer dizer.

E achou que ali era o momento de repetir a pergunta e insistir na coisa por largo tempo. Sorte que andava em maré de manter a educação e, bom, perder a minha avó bem como abrir o baú das recordações de infância manteve-me focada em coisas que realmente importam...

E porquê isto agora?
Bom, é que é chegada esta altura supostamente festiva, que por sinal abomino cada vez mais e, por causa dessa morte, que devia ser o único elo de ligação, já não me juntarei àquelas gentes e às suas habituais perguntas...
"Então, e filhos?"
"E já arranjaste marido?"
"Como vai isso de namorados?!"

Felizmente, quando isto me voltar a acontecer, já tenho a solução. Não estou sozinha no mundo e há quem se tenha já preocupado em ter resposta na ponta da língua.
Eu uso esta:


Mas se também sofrerem de pressões, perguntas e convívios estranhos, procurem a vossa solução

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

No fundo...

... sou uma miúda romântica.


A Place in the Sun, 1951, directed by George Stevens


O problema é que por vezes consigo soar como um camionista...



quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Sou toda olhos, ouvidos, tacto e assim

Profound attention

“The facial expression of meditation on the human face being induced by electrical currents by Guillaume Benjamin Amand Duchenne de Boulogne”

Ver mais Aqui

Afinal adiei a idade adulta. Mais uma vez.

Talvez o seja lá para os 70 anos, quem sabe...
Que é como quem diz que afinal me entreguei novamente à caneca de leite com com chocolate.
Desta feita acompanha cookies com pepitas de chocolate e bocadinhos de laranja.

São assim um bocado como a minha vida. Tem ali uns nacos doces e de vez em quando a laranja azeda.


Não te atires sem o pato de borracha e comprimidos para os nervos

As chaves
atiradas para o fundo.

desta vez vou garantir
que não tenho braços compridos que baste.

desta vez atiro para um poço que tenha água,
que já dizia a minha bisavó
"a água não tem cabelos para a gente se agarrar".

É certo que ela também pensava que o senhor abaixo gritava na música "chora mas não berra"



e no fundo, até berra um bocado como quem está a chorar...
Mas quem sou eu para falar.
Andei até há pouco mais de um par de anos a julgar que essa minha bisavó se chamava Clara...
Afinal... era só como a chamavam por ser tão branquinha.
Há traumas.

Mas tenho para mim, que se atirar as putas das ditas chaves para um poço cheio de água,
não tenho a ousadia de voltar a pensar que é uma rica ideia ir apanhá-las.
Nunca é; não sei como ainda não aprendi.

Que o que havia a estilhaçar já era...
E eu já não tenho estofo para isto.
Na minha pá não cabem mais vidrinhos para apanhar.
E as costas doem-me, para me debruçar mais que uma vez .

Música tão tola que fui agora buscar.
Com tanta coisa boa para se ouvir.

Eu já sabia que há quem nunca acerte no jackpot.
E é isto.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Espírito Natalício V


Da série...

... eu gostava de saber desenhar mas só me sai disto e em programas de treta.
( e porque é que o blog me alterou o aspecto da imagem?! Hum? hum? Raios)



Espírito Natalício IV

roubado DAQUI
Krampus 

Comin' home...

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Sei que estou a ser atacada pela idade...

... quando decido fazer uma tosta de brie e acompanhar com uma cidra.
Parece que estas coisas são de gente crescida.
Será que já saí, finalmente, da adolescência?!


Ninguém começou a ter "cara" para muita gente que aqui cai.
Não parece, que "as gentes" chegam, cuscam e andam, caladinhos que nem ratos. mas caem.
E a partir daí parece que o blog deixou de ser meu... comecei a controlar a postagem, que dei conta de uma coisa "assustadora". 
A dada altura as pessoas parecem assumir tudo como verdade. Levam a sério; tudo como sendo algum episódio da minha vida. 
Tem sempre algo meu, claro. Mas esse algo meu pode ser simplesmente a descrição de um bolo que vi numa montra e nada mais... todo o resto inventado. 
E sentir que podem fazer avaliações erradas prendeu-me os dedos.
Mas como isto não deixa de ser meu e eu cá escrevo o que quero e quem fizer interpretações pode bem guardá-las para si... vou-me é deixar de merdas e botar para aqui o que me apetecer.
Afinal, deixar que outros decidam por mim, seja o que for ou de que forma for, nunca foi coisa para Ninguém.

E começo por desembrulhar o puzzle que cá deixei da outra vez.
Façamos de conta que isto é um frigorífico, que eu tenho muita falta do que fazer... e que colei assim palavras, ao calhas...



segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Lost & Found



e é isto

E diz Carlos Drummond de Andrade...

Para o sexo a expirar, eu me volto, expirante.
Raiz de minha vida, em ti me enredo e afundo.
Amor, amor, amor — o braseiro radiante
que me dá, pelo orgasmo, a explicação do mundo.

Pobre carne senil, vibrando insatisfeita,
a minha se rebela ante a morte anunciada.
Quero sempre invadir essa vereda estreita
onde o gozo maior me propicia a amada.

Amanhã, nunca mais. Hoje mesmo, quem sabe?
enregela-se o nervo, esvai-se-me o prazer
antes que, deliciosa, a exploração acabe.

Pois que o espasmo coroe o instante do meu termo,
e assim possa eu partir, em plenitude o ser,
de sêmen aljofrando o irreparável ermo.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Espírito Natalício III

...ou...
EU QUERO ISTO PELO NATAL!
(sim, berrei para ouvirem bem)


Gentilmente partilhado no meu perfil facebookiano e podem ver Aqui: 


Espírito Natalício II





Cuscar o resto AQUI

Espírito Natalício I

Roubei pelo facebook, já não sei onde. Lamento muito.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Qualquer coisa assim, no fundo.


Há momentos que ... não vou explicar.
Limito-me a dizer que vi um frigorífico com algo que invejei por já ter tido vontade de ter algo semelhante. E ali fiquei a olhar, como se reconhecesse aquilo... 
Entretanto, na estranheza, enfeito aqui o blog, que anda meio parado, meio tolo.

O que estava escrito originalmente somente a mim pertence. Quem quiser que brinque com as palavras, da forma que bem lhe apetecer. 



terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Hoje alguém está prestes a ganhar algo. Um novo rumo, uma nova vida, uma mudança, um crescer, um tudo...
Hoje, de forma egoísta, sem pudores, sinto que perco algo.
É assim uma criancice, daquelas a que me dou direito, de tempos a tempos. Por me tirarem, todos os dias, um bocadinho mais de alguém. Que se deixou levar por inteiro.

Mas quem tem lugar cativo, aqui fica, como sempre ficou. Com a gargalhada pronta, à espera.
E é isto, a vida.

Chamuça... catano! *

isto. pincéis de lareira. e o bater de asas...

imagens retiradas de www.squareamerica.com


sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013


Custa abrir uma porta que se fechou a sete-chaves.
Custa encontrar as chaves que se atiraram a um poço.
Não é por nada, mas custa um bocadinho descer ao poço para procurar o raio das chaves... tanta trabalheira e para quê?! - pergunto aos meus botões...


Tira-teimas com delay

Disseram-me que andam aí ursos...

... e eu acreditei.
É um atrás de cada árvore.
Um fartar, isto.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

E diz Langston Hughes

Hold fast to dreams
For if dreams die
Life is a broken-winged bird
That cannot fly.
Hold fast to dreams
For when dreams go
Life is a barren field
Frozen with snow. 

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

A kiss to build a dream on

Eduardo Recife - Dream

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Sei que...

... estou a ficar "balhelhas" ou a chegar ao limite da paranóia quando, após um amigo me levar o pc para saber se tinha arranjo, e me sugerir um qualquer programa em que com autorização podia aceder à informação, tenho um papel a tapar a câmara e entro em pânico sempre que ela se desloca de lá.
Que fazer...

E não, não autorizei tal coisa. Era o que faltava...

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Tururururururuuuuu

Retirado de SMBC Comics

1. Private Joke
Joking to yourself, that you are the only that could understand or someone you know that knows also what your laughing at.
Uma vez estive para comprar uma t-shirt pirosa com a seguinte frase "Fiat na virgem!"
Não comprei.
Quem ia comigo comprou a que dizia "Porn Flakes" - muito mais giro. Mas a minha era muito mais certeira. Sim.

Isto

mais um, roubado daqui http://comicallyvintage.tumblr.com/

Contrariada, Circulina cedeu ao convite, após 300 recusas com desculpas esfarrapadas, uma das quais que a gata tinha que comer e outra que o cacto estava a dar o seu último suspiro depois de 2 anos sem pinga de água.
Cedeu apenas com metade de má consciência por aproveitar a boleia para ir fazer as suas compras, matando assim dois coelhos numa só cajadada. - expressão que, sublinhe-se, abomina como defensora dos animais que é.

No fundo, queria arrumar de vez este assunto, para desmotivar de qualquer novo avanço e evitar o desconforto de mais mensagens inadequadas.
Havia limite para a capacidade de se fazer burra e dar respostas de criatura abençoada pela eterna santa inocência.
O lanche prometido aconteceu, já em bocejo, no pós-compras, que Circulina não suporta ser constantemente interrompida, principalmente quando pouco fala (quase jurava ter sentido o sobrolho com vida própria e um rosnar quase a tornar-se exterior).
Além do mais, não suporta manter o sorriso de gato de porcelana por mais de 5 minutos - experiências anteriores comprovaram que era a causa das suas fortes enxaquecas.

Ouvir falar do gengibre, das suas propriedades e consequências em caso de excesso, uma vez tinha bastado... Ler "lol" e ouvir "bué" assim, causa-lhe alguns refluxos a que vos pouparei a descrição.

O píncaro do dia foi ter que ouvir falar de refeições de fruta, da desintoxicação do organismo, enquanto tentava abocanhar o seu scone bem cheio de doce de abóbora com noz. Decidiu que desatar a lambiscar os dedos com consolo, mostraria a sua discordância ou mesmo desprezo pelo assunto.
Esforçou-se à grande para ser desagradável, algo que lhe começava a ser comum, enquanto se continuava a lambuzar de scone com doce, descrevendo como os seus pequenos almoços eram tão pouco dados a cuidados, constituindo-se apenas de uma bela caneca de leite bem cheia de chocolate e que em caso de um segundo pequeno-almoço, em dias que se acordava muito cedo, seria exactamente a mesmice guloseima, sem dó, sem remorsos, sem problemas com monotonias neste campo.
E arruma o assunto com a afirmação de que comer é um dos maiores prazeres desta vida.

Mas os assuntos entediantes surgem em determinadas pessoas com a mesma facilidade com que Circulina se entrega ao tédio ao ouvir a maioria delas.
Seguiu-se assim um monólogo - que aí já havia desistido de abrir a boca senão para amarfanhar os scones -
acerca do escritor XPTO que faz umas belas metáforas de vida com macacos, frascos e nozes, que a fez perder a noção da educação, soltando livremente um outro bocejo.

Dizia ele que a tinha convidado para o concerto da noite anterior porque a sabia "out of the box"... Nem ele tem ideia o que é isso. Ou o quão verdade poderá (ou não) isso ser...
Escusado será referir que esse foi um dos convites recusados.
A sua vontade, para terminar de vez com aquele sofrimento, era perguntar-lhe se tinha visto o filme "Human Centipede" e descrever-lhe cada pormenor sórdido que lhe fez soltar gargalhadas e provocou o fascínio pela cabeça doente que teria tal imaginação.
Podia ainda descrever aquele hippie, no "Pink Flamingos" e a forma como cantou cheio de jeito a "Surfin' Bird", com uma parte do corpo algo inesperada. Nem precisava trazer à conversa o importante contributo do caniche para o filme. (Preocupante começa a ser as vezes que se lembra de tais filmes.)
Sentir-se-ia muito mais animada com a conversa. Mas seria só ela, na certa. Ahhh, tentação...

Talvez assim parasse de lhe chamar princesa e percebesse que o seu desagrado em ser chamada de tal bodega não se prende a uma baixa auto-estima (for god sake... porque acham estas criaturas que são terapeutas ou que percebem "o outro"?!) , mas a falta de tusa por gente cheia de de fofuras, clichés e bom karma de tirar paciência a um santo, que são vistos como o tiozinho armado em cool.
E que não encontrou outra forma, assim educada - que ainda tinha tacto - de mostrar a recusa às suas deprimentes ofertas para a aquecer, senão fazendo-se mais burra que uma bota, respondendo com o nº de cobertores somados à sua cama.

Regressou a casa, evitando o contacto visual directo com o titio cool, com uma tremenda náusea - que tem sido uma constante em períodos de convívio forçado - desvanecendo-se esta apenas na conversa diária com o encapuzado desconhecido que gargalha consigo ao saber da merda de filmes que vê, tendo alguns deles na sua posse e que, mal por mal, lhe sabe dar música...

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

A Lista


Era um quase fim de mundo. Não de uma forma que poderia ser imaginada, mas num esgotar de energias, em êxtase, até às últimas consequências.
Restaram uns poucos sobreviventes, espalhados pelo mundo, todos surdos.
O que se perceberá, de certa forma.

Começou isto de forma inofensiva, com dois estranhos e uma oferta que inicia o contacto diário entre eles. Desconhece-se o que os levou a manter tal conversa diária, mais recheada de troca de música que assuntos pessoais.
Espanta mais ainda o fenómeno de decidirem criar em conjunto uma lista de músicas - a banda sonora perfeita para qualquer "dança do pombo" que se preze - com um nome que não deixa espaço para enganos, mas algum para a imaginação.
O nome da lista não será revelado, para evitar pesquisas e inevitáveis consequências a quem a procurar. Para o caso de ainda restar alguém bom de ouvido...

A lista cresceu diariamente, tomando proporções que vieram a causar danos irreversíveis e tensão de fazer saltar peças de roupa sem que mão lhe tocasse.
Diz-se que ouvida a sós, só causava insónias, inquietação e o síndrome de pernas irrequietas... o problema surgiu quando se ouvia acompanhado.

Um dia encontraram-se. Com direito a jantar e a ouvir a sua banda sonora, ignorando ainda os efeitos.
E assim foi.

As atenções focam-se agora na vizinhança, que tendo paredes finas, ouviam perfeitamente a banda sonora.
Ao fim de umas músicas, em shuffle (pormenor que ainda se investiga como tendo ou não interferência nas consequências resultantes da audição da lista), começaram a surgir suspiros espalhados pelos diversos andares, seguidos de silêncios, depois de ruídos como que semelhantes a problemas de canalização a ecoar pelas paredes...
Instalou-se a curiosidade dos que estavam mais afastados, que vendo roupa a voar varandas fora, se aproximaram para ouvir e pesquisar que musicas seriam.

No dia seguinte a vizinhança que se via pela rua era em menor número. Alguns de ar sorridente e exausto, a tomar o pequeno-almoço pelas 20h.
No dia seguinte eram ainda menos...

Planearam eles, antes que isto terminasse como terminou, fazer a experiência por cafés, salas de aula, salas de cinema, teatro... e usar protecção de ouvidos, desconhecendo os efeitos após exposição prolongada à lista.

Deles mais nada se soube.

Do resto da humanidade, bom, já tomaram conhecimento.
Está ainda por se entender aquilo a que se assistiu... mas julga-se que os finados terão ido felizes, a avaliar pelas rosáceas até ao último suspiro e pelo ar de missão cumprida com que se foram.



sábado, 23 de novembro de 2013

Don't You Feel My Leg




I-n-s-ó-n-i-a-s

Não durmo.
São os lençóis que se prendem, que se enrolam...
É o corpo inquieto.
Sei lá o que é.


É a lista.
A culpa é, definitivamente, da lista.




quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Um dia
simplesmente
acabou-se-lhes
a banda sonora.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Momento xuxu cutchicu ou algo assim. E diz Mia Couto:


Nocturnamente te construo
para que sejas palavra do meu corpo

Peito que em mim respira
olhar em que me despojo
na rouquidão da tua carne
me inicio
me anuncio
e me denuncio

Sabes agora para o que venho
e por isso me desconheces


quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Constatações imbecis - o de sempre, portanto.


- quanto mais cedo acordo mais me atraso

- sei em que botão carregar, aquele botão. depois perco o controlo da coisa. diz que é muita luzinha e fico ofuscada. esqueço-me dos óculos escuros.

- tenho a mania que sei tocar acordeão, na certa, pela quantidade de botões...

- não tenho unhas, nem quero tocar guitarra. mas canto a plenos pulmões (até aquele que é pouco mais que metade). em especial no banho.

- diz que não acredita em ciclos, mas em espirais. a coisa afunila, um dia trocam-se os olhos e aí a merda acontece.

- Bom dia!

terça-feira, 29 de outubro de 2013

sábado, 26 de outubro de 2013

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Little Murder Stories II

Todos os dias servia o jantar
à mesma hora
o mesmo ritual.
Um sorriso
e olhos que viam além dele.

Um dia pediu que trouxesse novo frasco de tira-ferrugem.

Todos os dias servia o jantar
à mesma hora
o mesmo ritual.
Um sorriso
e olhos que viam além dele.

Um dia pediu que trouxesse novo frasco de tira-ferrugem.

Todos os dias servia o jantar
à mesma hora
o mesmo ritual.
Um sorriso
e olhos que viam além dele.

Um dia não precisou de pedir novo frasco de tira-ferrugem.


É assim como...

... uma doença prolongada e tal, isto.

Um dia desaparece-se e pronto.





(inserir um montão de asneiredo de alto e baixo gabarito)

Good Night & Good Luck - dizem

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Esta vai com dedicatória :)



Segue esta, que é das minhas favoritas, sendo eu pouco conhecedora.
Esta é para F. , única pessoa com quem poderei falar sobre música, livros e, possivelmente cinema, num determinado espaço, por determinado tempo.

Tropeçamos sempre em boa gente, é o que vale.
Ou estaria pronta a atirar-me ao pequeno lago, que me dá xixi todas as tardes, ao ouvir o correr das águas... na vã esperança de me afogar.

Para quem não acredita seguem mais dois exemplos, de fontes diferentes...

1 - Quero muito ler as Sombras de Grey.
(ok... não vou desenvolver isto. Seguiram-se umas referências a livros que lemos na escola)

2 - Obrigada por me emprestares o livro... acabei o meu.
   - Ah. claro, comprei, mas não li.
   - Ah, mas devias, ele tem graça na escrita, com os neologismos e...
   - Oh, eu compro os livros, mas não leio nada. Guardo-os para quando for velha, para ter o que fazer!

(juro...ando sem argumentos)

F. , dou graças pela tua presença. ;)

Amanhã levo o Woody Allen, que hoje não tive tempo para lhe pegar e quero relê-lo; arranca-me sempre boas gargalhadas. E assim até me sinto num livro dele.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Little Murder Stories I

Tirei férias da lamuria e do peso.
Apetece-me abrir dois sois em lugar d'olhos, assim em pestanejar alegre.
Uma cantilena que se afinou na garganta, em gargalhada muda, interior.

Trago nos lábios beijos roubados entre lençóis, antes que se escapasse o momento.
"Piiiii acima e piiii abaixo", um rodopiar de espera tornada agora.
O momento que, ido, não pode já ser roubado. Quando muito, esquecido.

Agora era dança, rodopiante, de saia rodada, sem saia.
Memória, pestanejada, tristeza em férias.
Levada a saudade a banhos, vem revitalizada.
Que a saudade é assim mesmo; é desejo cumprido e comprido. Antes. E depois.
Saudade sente-se do que se cumpriu.
Abrem-se dois sóis. Um relampejo de vitória, paixão e sossego.
E chega a noite.
Apagam-se os sóis. Mas não se ouve o lamuriar.
Apenas um murmúrio de cantilena afinada.
Aquela que será sempre do momento.
Que toda a vida tem banda sonora.

Limpa-se a faca. Arruma-se na mala. O mar à espera do mergulho.

Há muita vida pela frente.

Ursa Rezinga ...




Do preferir manter-se ao sol que atirar-se à tempestade

Circulina - miúda, é certo - não é já uma fedelha.

Mantém-se de alguma forma jovial com passos de dança facilmente confundíveis a espasmos, ginástica facial espontânea e reactiva, a que chamam "caras engraçadas", gargalha sempre que pode e recusa-se a usar saltos agulha - diz que assemelhar-se a uma gazela acabada de nascer não lhe assenta bem e pronto!

Maquilha-se apenas para as saídas raras, que lhe apraz o ritual, os lábios vermelhos e os olhos a preto.

Circulina não se julga "fresca que nem uma alface", nem tem pretensões de ter outra idade que não a sua. Não acha sequer que assim pareça... Assim calha julgarem, pela forma de estar e apresentar.

Não pode, portanto, estranhar que alguém que podia ser quase (será só quase?!) seu pai, se sinta tentado a atravessar a crise pós-divórcio apreciando a sua companhia, com convites e avanços que lhe soam algo tolos, juvenis, num tagarelar entre o galanteador mais velho e o uso de expressões de puto que a irritam sobejamente.

Desconforto valente este, que não aprecia galanteios demasiado doces nem sinais de imaturidade no verbo, em especial forçada. Mesmo vindo de alguém que até pode não ser desagradável à vista,  a quem interesse, pois claro, e cheio de delicadezas.

Mas garota esquisita, que precisa de pujança, na fala e no trato. De arrebatamentos e de estímulo... há quem lhe chame xonezice.

O que Circulina aprecia é espantar-se ainda. De se fascinar. Coisa rara...

É a montanha-russa, com espaço para o suspiro e o enleio.
Para o arrebatamento, a paixão e a carne; sempre essa, que é fraca mas não vai lá só com palavras doces.
Quando muito... com parvoíces e outras "ices"

Mas isto não. Isto não!
Isto dá náusea da bem má. Cria fuga e distanciamento.

Prefere guardar a ficha da montanha-russa para melhor ocasião...
Até lá, nada de "mais uma corrida, mais uma viagem".
Fica-se pela banca do algodão doce e pela máquina dos bonecos.

Deixei de acreditar no menino Jesus...

... a partir do momento que ele usou "lol".

E aqui já não é um menino... já devia ter era juízo.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

E diz a Adilia Lopes

Se não fecho
algumas portas
há correntes de ar
a mais
Se fecho
todas as portas
não posso sair
mais
Se não abro
algumas portas
não fecho
algumas portas
Se abro
todas as portas
desintegro-me

in LE VITRAIL LA NUIT / A ÁRVORE CORTADA


Esta mulher e meter portas ao barulho... ela está na minha cabeça. Ah, está! 

domingo, 20 de outubro de 2013

Ursa Rezinga...

... diz que está na hora de voltar a fazer yoga. 

Mais um vício


Animar isto.

Já é negrume a mais.


Hoje devia ter agarrado nos alicates.

isto


sábado, 19 de outubro de 2013

Com collants às bolinhas sou invencível.

Recusam-se ambos os convites para jantar: dela e dele.

Porque não me aguento nos saltos.

E tenho uma malha nos collants.
Parece que com collants às bolinhas também sou invencível. O mesmo não se pode dizer dos collants. Esses morreram mal nasceram.

Se eu andasse por aí viva, não apenas invencível, mas viva, estava-me bem marimbando para a malha nos collants.

Mas vim para casa.
Trocar os sapatos.
Pôr verniz nos collants (que morrem quando eu quiser, mesmo que me deixem chateada).
Alimentar a gata.

E recolher-me na compreensão de que estou agoniada por mim e por todos os que se encontram mortinhos por dentro.
Que tentam ver algo bonito e dão de caras com o outro, que os desperta apenas para a sua finitude e todas as coisas que dão lugar à pena. Pena deles e de si próprios. Pela sua incapacidade.
Pelo constante desencontro.

E é assim. Um dia já foi. E nada aconteceu.

E depois do "clube de leitura"...

... quase lamento esta mortandade. Que o sentir é coisa bonita. Do que me lembro.
E diz o Vinicius Moraes no seu Soneto do Amor Total
AMO-TE TANTO, meu amor... não cante 
O humano coração com mais verdade... 
Amo-te como amigo e como amante 
Numa sempre diversa realidade. 

Amo-te afim, de um calmo amor prestante 
E te amo além, presente na saudade 
Amo-te, enfim, como grande liberdade 
Dentro da eternidade e a cada instante. 

Amo-te como um bicho, simplesmente 
De um amor sem mistério e sem virtude 
Com um desejo maciço e permanente 

E de te amar assim, muito e amiúde 
É que um dia em teu corpo, de repente 
Hei-de morrer de amar mais do que pude. 

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Mas já ninguém crê no...

... Dead Inside, She said... ?

Não bastava ter uma criatura de Deus, com nem dois dedos de cérebro a dizer que me vai arranjar um namorado, agora o Facebook também já acha que é hora e manda assim umas sugestões como quem a coisa não quer.



E eu a pensar que o pior de sempre tinha sido ter um tio a perguntar-me em pleno funeral da minha avó, quando é que eu arranjava um bebé... nem querendo saber quem seria o felizardo pai ou se existia. Tenho é que ter bebés!

Está, assim, muito bem, pronto. Já esbugalho menos os olhos a lidar com estas coisas. Diz que é do hábito.

Porque é que eu não tenho mais amigos?


Porque me rio toda contente com filmes assim... 
E ainda revejo, para o partilhar.



E porque os poucos amigos que tenho são meninos para se rirem a par comigo. Nem que seja acompanhados de um "Ewwwww!!!"

Ou ainda filmes assim... que me renderam um  (ex)namorado a olhar, com ar de quem comeu limão azedo, para mim e para um amigo, enquanto nós, divertidíssimos, comentávamos a rever  determinadas cenas... (percebem agora o pormenor do ex)



Bom... esta música nunca mais foi a mesma para mim!



quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Uma bomba. Era só uma bomba... ali, bem no meio.


- Pronto, agora não tenho revista... comprei ontem! É só uma vez por semana. Que seca!

- Pois... (nunca sei o que dizer acerca de revistas cor-de-rosa. nunca sei o que dizer a estas pessoas, ponto final) Mas, então, traz um livro! Eu costumo trazer...

- Creeedooo! Eu lá tenho paciência para ler!!?

(Jesus Fuckin' Christ... tentei manter o queixo no sítio o melhor que pude. A custo. Mas ela continuou)

- Já as revistas só leio as letras gordas... não estou para ler as pequenas.

(ok... matem-me agora. Vá, quero mudar de assunto. Mas que assunto? Já vos disse que tenho alguns problemas sociais?! Começo a achar que afinal não é um problema meu... como se fala com estas pessoas, mesmo?! e continua...)

- Por acaso havia de comprar livros lá para casa...

(sim... assim tipo tapetes. Fica bem. Faz lá falta, para compor a coisa. E segurar a mesa bamba. E servir de base de copos. E isso.

Parte para uma série de perguntas acerca da minha vida pessoal. O que me desagrada para lá de muito.
Desvio. Mas parece um cão, agarrado a um osso ainda cheio de xixa.
Pergunto-me, mais uma vez, como raio dar-me com pessoas assim?!)

Homem-Coderniz

É uma rica personagem, este homem-coderniz.
Um dia escrevo sobre ele.
Este blog tem saudades do seu lado negro.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

de momento...

... é verdade.


-
“It was true that I didn’t have much ambition, but there ought to be a place for people without ambition, I mean a better place than the one usually reserved. How in the hell could a man enjoy being awakened at 6:30 a.m. by an alarm clock, leap out of bed, dress, force-feed, shit, piss, brush teeth and hair, and fight traffic to get to a place where essentially you made lots of money for somebody else and were asked to be grateful for the opportunity to do so?” 
― Charles BukowskiFactotum

roubado AQUI
Senhoras e Senhoras, a partir de hoje encerramos mais cedo.
Entrámos no Horário de Inferno.

Perdão... de Inverno.
Mana mana
tub tub tururu


E aqui vou, pé ante pé. 
Viajar pelo mundo sem sair do mesmo sítio.
De duas formas.
O mundo, pequeno à minha volta, todo ali.
e
Ficar quieta, olhos fechados, e um turbilhão cá dentro, cabeça em voo.
A melhor de todas.

Saudades da Blue Lu Barker

terça-feira, 15 de outubro de 2013

I used to love jesus but now I love the devil

(foto tirada aqui pela menina Ninguém, algures pela alta da cidade-ovo)

(roubado no FB)

Jesus, if you're reading this, you better bring me some chocolate... 


Caraças.

Rise and Shine

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Dream a little dream of me

mais uma roubada a Square America


Segundas Feiras, para que vos quero...

Hoje vi um tipo com uma espécie de antena parabólica atrelada atrás da cabeça.
Não vi sobre o que era, que qualquer olhadela a mais podia resultar em risada descarada.
Fiquei-me assim por um olhar de soslaio, o suficiente para dar conta do ar miserável e contrariado da criatura e pensar para os meus botões... Foda-se, ao que nos sujeitamos por uns trocados.
E segui, para o país dos-meia-lecas.

Comecei e acabei um livro.

Não me fez sentir melhor que o "Mulheres" de Bukowski.
Hei-de postar aqui qualquer coisita...
Mas o negrume do dia, o negrume do meu humor e o negrume do livro podia levar ali a um belo carnaval de cabeças a voar. Até lá vi umas catanas e armas fantásticas afins para o efeito!



Definitivamente não gosto de conhecer muitas pessoas. São decepcionantes.
Esta quer arranjar-me um namorado. Diz que é boa casamenteira. Isto depois de descaradamente perguntar se era casada, se tinha filhos ou se tinha namorado.
Que conheceu o namorado dela na escola. Que ele ainda lá está... não é burro; mas não sei o quê (confesso, aqui desliguei, só pensava porque raio ainda não tinha ela parado de falar e porque raio havia eu de querer saber da vida privada dela).
Continuou.
Bem... isso é ser burro. Estamos juntos há 4 anos. Tem um feitio... não sai aos pais. São muito calmos. ele não... não é português, é... (ok, desliguei outra vez...).
Continuou.
É. Vai arranjar-me um namorado.
Saltou-me um sobrolho, desta vez.

Foda-se. Que rica ideia! Um namorado. Burro. Um namorado burro. É mesmo isso que estou a precisar.
Oh que caraças!

E é isto. Aposto que o tipo da parabólica às costas é bem feliz.

domingo, 13 de outubro de 2013

diz que os domingos...

... são um mal d'alma.






É a vez da Ursa Rezinga...

... que dá hoje o seu último paft!



preciso de outro domingo...

Meh


Troca de Galhardetes



sábado, 12 de outubro de 2013

Ele há dias!

Se queres ter mil e uma atenções, é saír em figura domingueira, de quem anda aqui só pelos arredores, sem banho tomado, desgrenhada e vestida com a primeira tralha que te aparece, sem a passar a ferro.
Em menos de nada, tinha um chocolate, uma garrafa de água, um molho de flores na mão.
Em menos de outro nada tinha uma flor em material reciclado na outra mão.
E um nada depois, tinha... hummm... na boca?! um papel com um poema de Fernando Pessoa. Ok, este último foi de uma banca de livros e oferecido por uma senhora que prometeu tentar vezes sem conta trazer a Adília Lopes à cidade-ovo. Isso é que era assunto.

E agora vou-me. Outra vez. De banho tomado e bem "amanhada". A ver se passo despercebida.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013


E diz o Urso Rezingão... para os seus botões e por vezes para fora...


Escrevi há muitos anos...

... (e depois apaguei, para não ferir susceptibilidades.)

Fui ao Porto
com o meu amante
Andei muito a pé
Outras vezes de Andante.


É isto.

Não tem gracinha nenhuma agora. Na altura teve.
Já fui Feliz no Porto.

Não fui eu que disse.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

SHEBAM ! POW ! BLOP ! WIZZ !

Pffffffffffffffffffffttttttttt...


Este blog chegou ao fundo do poço, caramba. Já dá azia, náuseas, males de fígado... Meh!

Hora de disparar baboseira.

Ninguém voltou. (espero que não se baralhem)

You Don't Know Shit


Finalmente terminado o livro "Mulheres" do Bukowski.
Não consigo dizer nada sobre o assunto, por agora, senão... vou vendê-lo ou oferecê-lo rapidamente.
Que pó, catano...
Roubado num local alvo da minha assiduidade. > Coconut Jam

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Oh George...

“Ahh, what’s the point? When I like them, they don’t like me, when they like me I don’t like them. Why can’t I act with the ones I like the way I do with the ones I don’t like?”



“You’re giving me the ‘It’s not you, it’s me’ routine? I invented ‘It’s not you, it’s me’! No one tells me it’s them. If it’s anybody, it’s me!”


Picnic Sushi.
É o que retiro do dia.
Que se fornique o resto.
Eu escreveria, com todo o gosto "que se foda", mas por vezes tropeça por aqui uma alminha (acho que se finou de vez) que lançava sempre um "não digas foder".
Que fazer... também prefiro fazer asneiras a dizê-las. Mas na impossibilidade de tal, deixai-me dizer o que me apetece.

Mas isto era sobre o picnic. De sushi.
Bom a valer. Com toalhinha e tudo.
Isto às vezes até parece boa, a vida, vejam só. Mas a comida tem esse efeito em mim.
O sushi em especial.

Hoje a postadela é para lá de dispensável. Mas isto é meu, certo?!
E por aqui.... já sabem.

Isto, pois!


Clicar, "faxavor" >    Louie: Season 2, Episode 6 – Subway/Pamela

(sim, os anuncios são uma praga... mas desaparecem, com jeitinho)
...
Há sempre qualquer coisa nos banhos.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

E diz Carlos Drummond de Andrade

João amava Teresa que amava Raimundo 
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili 
que não amava ninguém. 
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento, 
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, 
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes 
que não tinha entrado na história.



E o que se faz com isto? 
Nada. 
Aprende-se a tocar guitarra ou violino ou a cantar afinadamente... sei lá.
migalhas e risadas

enough already



- Então não podíamos ter ficado ali sentados, à frente? Tinhamos que nos vir enfiar aqui atrás?!
- Ahhh, lá agora, ir ali, a ensinar o caminho ao Diabo! - responde o marido, nariz comprido e peludo, como só a velhice sabe decorar, a propósito de viajarem sentados de costas voltadas para a frente do autocarro.

Tenho que deixar de ouvir música nos transportes publicos. Tudo me parece lindo, meloso ou dramático, assim, com banda sonora.