quarta-feira, 30 de maio de 2012

The Urban Voodoo Machine ~ LoveSong#666 Video in HD

Um par de ambos os dois igual = 0

Ele conhecia a sua namorada como a palma da sua mão. 
Ou pelo menos assim pensava.
Era um espanto como lhe adivinhava pensamentos, falas, conversas completas até!, desejos, ambições... um espanto; digo-vos!
De tal forma que começou a fazer conversas intermináveis com ela, mesmo sem a sua presença, física ou telefónica.
Como sabia de cor tudo o que ela diria ou pensava, depressa a substitui por uma foto dela colada no espelho (espelho esse que já lhe servira tantas vezes como parceiro de conversas sobre si mesmo, tecendo elogios e constatando que estava cada vez mais agradável à vista).
Foi uma relação bonita e duradoura, embora não se possa dizer que incluísse o " foram felizes para sempre".


Já ela, cansada do seu outrora amado ora feito boneco insuflável, ora feito homem invisível, ora feito amigo imaginário, que vivia tão no seu mundo de monólogos convictos, fez da sua foto (a única prova de que tal criatura existia) alvo para colocar atrás da porta.
A sua pontaria está melhor que nunca.

sábado, 26 de maio de 2012

Chopin - Nocturne Op.9 No.2

Horrible Fanfares - Victor Castillo


Diz que anda morta há muito tempo. Que não deu conta.
Passou os dias em mero arrastanço, contando um atrás do outro, ouvindo a marcha fúnebre e dando risadinhas  saltando de pés nos chinelos, nos melhores dias. Qualquer coisa na marcha fúnebre a divertia. 
Estava mofenta e quase desarticulada. Prendia-se com guitas coloridas e usava colónia de alfazema.
E contava um dia atrás do outro.


Diz que esperava um milagre e que ele chegaria. Guardava a sua melhor roupa e o seu melhor sorriso para o dia. Caso demorasse, até tinha uma placa guardada. Que sorriso bom é cheio de dentes, é cheio de vontade, é cheio de si.


Diz que anda morta, mas não é parva. Que há mais no mundo e comprou óculos de ver. Mas ver bem, de perto, como se quer. Que perto bom é aquele de sentir o cheiro, de sentir o respirar,  de sentir o quente. E tinha as pernas frias há demasiado tempo. 


Diz que anda morta. mas já vê a luz...

domingo, 20 de maio de 2012

Tatuagem - Chico Buarque

Esta Florbela Espanca(-me)

Procurei o amor, que me mentiu.
Pedi à Vida mais do que ela dava;
Eterna sonhadora edificava
Meu castelo de luz que me caiu!

Tanto clarão nas trevas refulgiu,
E tanto beijo a boca me queimava!
E era o sol que os longes deslumbrava
Igual a tanto sol que me fugiu!

Passei a vida a amar e a esquecer...
Atrás do sol dum dia outro a aquecer
As brumas dos atalhos por onde ando...

E este amor que assim me vai fugindo
É igual a outro amor que vai surgindo,
Que há-de partir também... nem eu sei quando.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

_ Ah, é verdade; escreveste-me um mail tão bonito... 
_ Bonito?!
_ Sim. Escreveste um mail bonito. Raios, já não vou poder fazer isto... e aquilo... e... um segundo (fala para outro lado) tenho que ir ali explicar uma coisa. Ai, que falta de tempo. Não és tu. 
_ ... 


Diz que escrevia mails bonitos. Assim como um conto para ler enquanto se beberica o chá. Com a pontinha dos lábios, a fazer biquinho de pássaro.
Um dia fará uma compilação. 
Está indecisa se torne aquilo num romance, numa comédia ou mesmo num filme de terror.

Tesco Value - Czesław Śpiewa - Perversities In D - Minor.



Quebra-Gelo



  • Welcome morning sun
    The fun has just begun
    But don't tell me - you don't want me?
    'Cause I know how much you sadly miss me

    Welcome lazy day
    No fun, no hardcore sex today
    Masturbation is no salvation
    When I need your dirty execution!
    I need your dirty execution

    So let me seduce you
    Give me permission to fuck and abuse you
    Got to pull on this dirty sheet
    So you can spank my monkey to this funky beat!

    The queen made up her mind
    Penetration of a bleeding kind
    You stole me, now you're home free
    And I'm half of the man I used to be

    So I welcome waste of time
    'Cause love was never a friend of mine
    But don't crawl - I'll bet
    You'll soon find your pussy on the internet!

    So let me seduce you
    Give me permission to fuck and abuse you
    Got to pull on this dirty sheet
    So you can spank my monkey to this funky beat!

    Well I'm a hungry child again
    I'm old enough for your sweetest pain
    And so what if the game is strange
    My perversities are never ever gonna change!

    So let me seduce you
    Give me permission to fuck and abuse you
    Got to pull on this dirty sheet
    So you can spank my monkey to this funky beat!

E até posso andar de bicicleta...


Relativizar

Devia haver qualquer coisa de reconfortante em voltar ao hospital, em rotineira lembrança.
Tenho duas pernas, dois braços e só perco a cabeça de quando em vez.
Bom, falta-me parte do perónio, parte do pulmão esquerdo, ainda me quiseram mexer no direito, tendo desistido depois de eu sugerir um fecho-de-correr para abrirem sempre que assim o desejassem. Também o meu músculo do gémeo da perna direita desistiu completamente de mim.
Sou assim uma espécie de monstro de Frankenstein, mas bem mais atraente e ainda balbuciando algumas tretas perceptíveis.

Vejo ou revejo pessoas que lutaram a mesma luta, mas que se perderam em corpo, em mente, mas que se agarram como sanguessugas a uma espécie de vida... ou as que perderam parte de si, mas são inteiras.

E há ainda as que foram, que partiram, numa realidade que já se afasta de mim.
Há qualquer coisa que me une a estas pessoas, em especial nestes dias de rotina, de lembrança indesejada, mas talvez necessária. 
Não me identifico com nenhuma delas; mas verdade seja dita, dos dedos de uma mão devem sobejar uns quantos ao contar neles as com que me identifico; no entanto, este sentir, este relembrar, o olhar, fica sempre e une.
Eu fui das que manteve todos os membros visíveis, que perdeu a cabeça de diversas e más formas, que beirou a insanidade mental, muita dela em silêncio, mas que se agarrou de unhas e dentes a uma vida que de promissora nada tinha.
Continua a  não ser. 
Mas ainda hoje admiro a miúda de 17 anos que se agarrou a si mesma. Numa espiral caótica.
...
Ir ao hospital, deveria ser reconfortante. 


Além de que qualquer coisa que faça a seguir vai parecer fantástico (mas só porque não quero escrever "espectacular!"), colorido.
Diria mesmo que me devia sentir brilhar!

segunda-feira, 14 de maio de 2012



Ahhh, ir a consultas no hospital. Hummmm... 




Nota: É favor ninguém me explicar para que servem estes instrumentos; tenho a certeza que a minha imaginação torna isto muito mais divertido.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

(Not so) Private Joke

O dia em que Sem Sombra 
se transforma em Sem Rasto.


(podia fazer piadas com Criminal Minds, Case Files, com o meu jeitinho, até com os X-Files... mas perdia metade da piada)


quarta-feira, 9 de maio de 2012

Flunk - Cigarette Burns




"I guess the pills don't work and the drinks don't work
In the morning they'll hurt like cigarette burns"

Mas aposto que bem escolhido e tudo bem misturadinho já não doi nadica!

Ui...
Mas é certinho: " T
he summers daft and winter's long".
Vou fingir que é Verão e pôr-me bem disposta; espanejar-me ao ar. 
Queria dizer que estava a ter uns dias de cão. 
Mas conclui que podia induzir em erro, após observar a canita do vizinho que pensa que é minha...
Acho que lhe acrescentei uns anos de vida...


Resta-me, portanto, falar de forma clara e dizer que ando a ter uns dias de merda.
Mas que ninguém se amofine! Com sorte passo a ter uma vida de cão!

Às vezes sinto-me assim, sem bracitos, sem perninhas para andar e sem poder saír da mesma posição.
Acho que até o meu cabelo por vezes se comporta desta forma. Aborrecido, isto.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Depois do último episódio que vi de Criminal Minds, achei por bem tirar os phones (posso escrever phones?) dos ouvidos ao entrar no prédio.
Não me apetecia nada ser atacada sem dar conta e, pior,possivelmente com a banda sonora errada! 

A merda toda foi quando acendi a luz da sala à entrada e dei com a cadela do vizinho lá dentro. Rai's parta se eu não a "botei" lá fora ao sair... E não dei conta que entrasse ao abrir a porta. Já não tinha música, mas ouvia nitidamente algo na minha cabeça...
Mas merda merdinha mesmo foi ter a porta do guarda-fatos entreaberta.


Se hoje durmo! (outra vez)


Ah!


O sonho era premonitório... as toalhas não enxugam... Rai's parta a chuva!
Mas questões mais importantes se levantam... não, não do morango píncaro, que acho que isso era o aviso de que os morangos que tinha no frigorífico se iam estragar, mas do raio do que tinha a pagar.
Chegou uma conta da edp estranhamente baixa... hummm... Medo, muito medo!!

The Smiths - That Joke Isn't Funny Anymore



Entretanto esganiço-me satisfeita, sabendo que no meio disto alguém há-de saír incomodado. Ou descubro a minha vocação e ganho rios de dinheiro...
Ganhara imenso com as horas mal dormidas.
Como tal, não sei porque se queixava tanto...
Com tanta hora à disposição, ganhara um chorrilho de pensamentos destrutivos, um par de papinhos nos olhos, uma tremenda enxaqueca, uma fomeca extra, com esta última mais umas gramas de peso, uma valente dose de impaciência e uma vontade extrema de desligar os ouvidos numa próxima temporada.

Resolução do dia

Tapar os ouvidos.

A única certeza do dia...

... é que vou beber leite com chocolate.

sábado, 5 de maio de 2012

David Lynch - Rabbits

Jim Morrison dizia que pensava em felicidade quando falava em toalhas de mesa (mais coisa menos coisa era isto).


Eu, nitidamente, falo em stress quando penso em toalhas de banho. Ou melhor, quando sonho com toalhas de banho.


Os meus sonhos revelam-se preocupantes e demasiado óbvios. Talvez preocupantes por demasiado óbvios seja o mais correcto de afirmar.


Quando sonho que recebo a visita de amigos e a visita-surpresa do suposto morango metade (talvez deva chamar-lhe morango píncaro) não só devo preocupar-me que isso dos píncaros só mesmo em sonhos ( que as surpresas, aprendi há muito, chegam sempre em forma de desagrados) como talvez não tenha toalhas que cheguem para visitas.
Isso e o facto de no sonho me preocupar mais com as toalhas de banho estarem húmidas e as secas não chegarem para todos, do que com o rejubilar com a visita inesperada do píncaro. 
Talvez ainda pensasse que era uma miragem; ou no fundo soubesse que era um sonho.
E as toalhas eram urgentes.
Não queria aqui visitas a pingar-me o chão.


Isto depois de passar a 1ª grande parte do sonho (que isto deve ter dado direito a pipocas e a intervalo, cheira-me) a refilar de dedo no ar e bem capaz de arrancar olhos com colheres, como me é típico, por me quererem cobrar a entrada na minha antiga faculdade, para eu pagar umas pendências que, pelo valor pedido, sofreram juros inimagináveis. Terminei a gritar que não pagava. 


Pois, na vida real não tenho pendências a pagar, mas não é preciso muita análise para perceber que sinto o bolso roto e o tostão a esvair-se. 


Muito mais divertido, embora desesperante, pensar nas toalhas de banho...


Cheira-me que ando a precisar de arejo nesta cabeça, nesta vida, neste pasmo.


Antes ter sonhos com bolinha com semi-conhecidos. 
Era muito mais animador, certo?