sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Preto no Branco é... Cinza




Um dia tive um encontro desastroso.
Quer dizer... não parecia, mas foi.
Um tipo todo pintas, de cabelo grisalho, como parece que passei a gostar recentemente...


Começou bem, com uma conversa fluída e interesses coincidentes, outros com potencial para partilhar.
Mas a coisa deixa de correr bem quando percebo que não acompanham, não entendem ou não apreciam o meu humor.
A incapacidade de não perceber qual foi a hipótese não ajudou.
Seja como for, alguém que não tenha ou não acompanhe o meu humor deslocado, doentio ou de merda, não pode ser feliz comigo, na certa!
Não que eu quisesse casar com ele, vamos lá ver... mas o que eu também não queria mesmo era encatrafiá-lo no meu lar, como me pareceu esperar, assim como quem está a comer uma sandes de manteiga. Ora...


Isto da idade traz umas coisas. A vulgaridade e facilidades em alguns campos da vida andam assim a  modos que a meter-me fastio. E eu tenho tendência a ficar tonta com carroceis e montanha-russa; já aqui o disse.


Um tipo que não percebe quando lhe falo "da pá" ou que quando lhe digo que um dos "festivais" que apreciei; já que não sou fã de tal; foi de Roxy Music, mas que tive de gramar com Paulo Gonzo,que é "muita bom" e o tipo me faz uma cara sem expressão... não deixando perceber se:

- me ouviu ou não,
- gosta de Paulo Gonzo,
- percebeu ou não a ironia,
- inserir mais hipóteses, que desconfio que serão muitas!


 E que quanto mais eu tento discernir o que aquela não-cara significa, explicando que é uma cáca, mais a cara dele me parece não tanto uma cara, mas um balão por desenhar... não será, definitivamente, um tipo que eu queira a mostrar imaginação entre paredes, lençóis ou coisa que o valha.

Isto de beber café com um tipo cheio de pinta e não sentir cá fogo a crescer devia dizer-me qualquer coisa.

A última vez que senti fogo a crescer levei com um balde de água gelada e foi o diabo. Deve ser por isso.
Mas este cinza era uma espécie de cópia em formato mais pequeno e mais novo do verdadeiro cinza. O do balde. E eu não me posso fiar em cópias... certo?!

Depois de poemas e músicas e desejos enviados de partilha e cafés e  o Diabo a quatro, não ter a xixa entre mãos em modo 1 2 3,  arrefeceu o moço a quem a poesia escasseou em três tempos.
Assim como a vontade de cafés. E a felicidade por me conhecer e eu ter aparecido naquele antro asqueroso a que só vou de arrasto.
Acho que percebeu que cafés não simbolizam uma volta entre amassos.
Isto não é gente que faça falta, certo?!

Querido Diário. Era assim que eu devia ter começado.

2 comentários:

Anónimo disse...

Tolices pois.. fases :)
E sempre se tira mais um ou outro ensinamento..:p

Ninguém disse...

Eu não tirei ensinamento nenhum... A única coisa que tirei foi mais um bocado de paciência de cima.
Mas deduzo que não falasses de mim. ;)