terça-feira, 3 de setembro de 2013

As minhas 2ª feira são sempre emocionantes. Em especial quando acordo às 07:15 da matina.
Por uma questão de saúde pública, devia ser proibido acordar em tais horários. Zombies, ao pé de mim, -  quando durmo mal, tudo me acontece e ando a correr - são uns meninos bem humorados.

A minha aventura matinal de hoje, até poderia enganar...

Senhor dos jornais, cabelo grisalho, rabo de cavalo, boné, todo lampeiro, depois de ver-me duas vezes seguidas em menos de 10 minutos a passar por ele, na mesma direcção, passo alucinado, aparenta viver uma sensação de "deja vu" e lança, num volume mais elevado do que eu desejaria:

"Descalça vai para a fonte
Leonor, pela verdura;
vai formosa e não segura.
Leva na cabeça o pote,
o testo nas mãos de prata,
cinta de fina escarlata,
sainho de chamalote;
traz a vasquinha de cote,
mais branca que a neve pura;
vai formosa e não segura.
..."

É... descalça eu não ia, mas por pouco.
É que tudo isto podia ser encantador ( e ainda me ri, é certo) não fosse o facto de me estar a ver 2ª vez na rua, porque as primeiras sandálias calçadas rebentaram a meio do percurso.
Não fosse o meu natural bambolear de coxa que qualquer miúda roliça possui, o passinho de volta a casa em sandália e meia tinha sido uma bela figura (quero eu enganar-me a fingir que disfarcei muito bem).

Menos piada teve eu escolher um vestido lindo e único (quem me deu este, não me dá outro), que, nesta correria, me abafou de tal maneira que a minha tensão desceu a pique... apanhando o autocarro por uma unha negra (calma!!! esta é nova! eu consegui apanhar o autocarro!), e numa espécie de quebra de tensão, ter tão bom ou tão mau aspecto (os zombies não param de me vir à cabeça) que fui amparada por uma velhinha que me ajudou a sentar no lugar destinados a inválidos, grávidas, idosos ou de pessoas com crianças ao colo.
Não havia lugar para idiotas ou desastres naturais... foi isso.

Nota: Como gostei tanto deste início de dia, abri o bloco que sempre me acompanha e comecei a rabiscar esta aventura. De tal forma me embrenhei que quando levantei a cabeça estava na paragem que devia saír. E saí, num gritinho pateta que não deixou dúvidas, quanto a eu não estar na total posse das minhas faculdades mentais, a quem quer que estivesse no autocarro. Terminei isto na paragem, antes de seguir para a rotina dos miseráveis.


Ahhhh, 2ª feiras matinais... estou de volta!

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